domingo, 30 de abril de 2017

Preces – III Domingo da Páscoa – Ano A


Sacerdote: Irmãos e irmãs, nesta oração pública que agora começamos, reconheçamos a Cristo que está diante de nós, e procuremos detê-lo com nosso amor e nossa oração confiante:

Todos: Ficai conosco, Senhor.

1. “Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão” (At 2, 14). Pastor eterno, que fizestes do Santo Padre o Papa Francisco, Sucessor de Pedro e Vigário de Cristo, fortificai-o em sua missão de Pastor de toda Igreja, e fazei que todos os povos reconheçam na sua voz a voz do Doce Cristo na Terra. Rezemos ao Senhor.

2. “E agora, exaltado pela direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai, e o derramou” (At 2, 33). Tendo-nos feito renascer pelo Batismo e consagrado-nos pela Crisma, concedei-nos continuamente o Dom do vosso Espírito Santo, para apreciarmos o que é reto e termos a vossa consolação. Rezemos ao Senhor.

3. “Pois não haveis de me deixar entregue á morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção” (Sl 15). Tornai mais forte a nossa amizade convosco, para que na entrega de nossa vida em vossas mãos, como amigos vossos, possamos receber a vossa vida imortal em nós. Rezemos ao Senhor.

4. “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras” (Lc 24, 32). Que cresçamos a cada dia no amor e na escuta à vossa Palavra, para que com o coração repleto do vosso ardor, possamos aquecer os que se acham frios pelo pecado e pela indiferença. Rezemos ao Senhor.

5. “E assim a vossa fé e esperança estão em Deus” (1Pd 1, 21). Olhai com misericórdia para os nossos irmãos que já chamastes desta vida, e já que eles colocaram sua esperança em vós, concedei-lhes a realização de vossas promessas. Rezemos ao Senhor.

Sacerdote: Ficai conosco, Senhor Jesus, porque a tarde cai e, sendo nosso Companheiro na estrada, aquecei-nos os corações e reanimai nossa esperança, para vos reconhecermos com os irmãos nas Escrituras e no partir do pão. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

Todos: Amém.

HOMÍLIA DOMINICAL - Lc 24,13-35 - (CANÇÃO NOVA) - 30/04/2017


OUÇA E/OU LEIA AGORA A HOMÍLIA DIÁRIA

Reconheçamos a presença de Jesus entre nós

Que nosso coração possa também arder com a presença maravilhosa de Jesus entre nós

“O próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lucas 24, 15-16).

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Caão Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova



sábado, 29 de abril de 2017

LEITURA ORANTE DOMINICAL DO EVANGELHO DO DIA 30/04/2017



LEITURA ORANTE

Lc 24,13-35 - “Fica conosco, Senhor”


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio atentamente o texto do Evangelho do Dia: Lc 24,13-35.
Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém. Eles estavam conversando a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, mas alguma coisa não deixou que eles o reconhecessem. Então Jesus perguntou:
- O que é que vocês estão conversando pelo caminho?
Eles pararam, com um jeito triste, e um deles, chamado Cleopas, disse:
- Será que você é o único morador de Jerusalém que não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias?
- O que foi? - perguntou ele.
Eles responderam:
- O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Esse homem era profeta e, para Deus e para todo o povo, ele era poderoso em atos e palavras. Os chefes dos sacerdotes e os nossos líderes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu. Algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns do nosso grupo foram ao túmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres disseram, mas não viram Jesus. Então Jesus lhes disse:
- Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória.
E começou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, iniciando com os livros de Moisés e os escritos de todos os Profetas.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez como quem ia para mais longe.Mas eles insistiram com ele para que ficasse, dizendo:
- Fique conosco porque já é tarde, e a noite vem chegando.
Então Jesus entrou para ficar com os dois. Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro: - Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?
Eles se levantaram logo e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze apóstolos reunidos com outros seguidores de Jesus. E os apóstolos diziam:
- De fato, o Senhor foi ressuscitado e foi visto por Simão!
Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão.
Refletindo
O Evangelho de hoje apresenta uma cena magistral: Jesus ressuscitado com os discípulos no caminho de Emaús. Eram dois: Cleopas e provavelmente sua esposa, Maria, aquela que estava ao pé da cruz com Maria, a Mãe de Jesus, e com Maria Madalena. É uma caminhada dura, triste, dolorosa, recordando o caminho feito até o Calvário, onde o Mestre foi crucificado e morto. Uma palavra que poderia definir o estado de ânimo de ambos é: decepção! Até que alguém, acerta o passo com eles e caminha junto, ouvindo suas dores e seu desalento. O caminhante os ouve e os ajuda a refletir, recordando as Escrituras e o que haviam profetizado sobre o Messias. Os fatos vão tomando novo significado, à luz da Palavra. Os olhos dos discípulos de Emaús passam a ver com clareza quando Jesus senta-se à mesa com eles e parte o pão.
A Palavra e a Eucaristia são dois momentos privilegiados em que Jesus Ressuscitado se manifesta e é percebido pelos que crêem.

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
Quando meu coração sofre, quando está frio busco o calor da Palavra e sento-me à mesa com Jesus?
Convido-o para estar comigo?
Percebo na pessoa que caminha a meu lado o ritmo do andar de Jesus Ressuscitado?

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Com os dois discípulos de Emaús e os bispos, em Aparecida, faço de minha oração um convite a Jesus:
“Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:
“Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina” (Lc 24,29).
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te.
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu tens ressuscitado e que nos tem dado a missão de ser testemunhas de tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.
Fica em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural.
Fica, Senhor, com aqueles que em nossa sociedade são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade. Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos! Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!” (DAp 554).

4. Contemplação (Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou estar atento/a para ouvir os passos do Ressuscitado ao meu lado, para ouvi-lo na sua Palavra e encontrá-lo na Eucaristia.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
irpatricias@gmail.com

Leitura Orante
3º domingo da Páscoa, 30 de abril de 2017


CAMINHO DE EMAÚS: conversação que transforma

“Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus, tendo-se aproximado, pôs-se a caminhar com eles” (Lc 24,15)

Texto Bíblico: Lucas 24,13-35

1 – O que diz o texto?

Lucas gosta de apresentar Jesus a caminho. No relato do Evangelho deste domingo, os termos “caminhar, caminho” aparecem no início, no meio e no fim. No livro dos Atos, a palavra “caminho” designará a identidade e o modo de vida das comunidades cristãs.
É essa experiência que, em última instância, muda nosso modo de pensar, de sentir e de agir. É essa experiência que nos converte em seus (suas) discípulos(as) e seguidores(as).
A graça de Deus pode nos atingir nos caminhos mais variados e inesperados: passando pelas fendas de nossa existência, pelas brechas abertas em nós pelas grandes decepções, ou soprando as últimas brasas que, sob as cinzas da desilusão, ainda permanecem acesas.
Os caminhos que levam ao encontro com Jesus podem ser os mais diversos e mais ou menos longos, mas a experiência do encontro pessoal com Ele é imprescindível para conhecê-Lo.
No caminho de Emaús, Jesus, como mestre sábio na arte da conversão, parte da situação existencial em que os dois discípulos se encontravam naquele momento: provoca-os para que falem à vontade das causas de sua tristeza. No fundo do coração dos discípulos há um grande vazio que, inconscientemente, querem preencher “conversando e discutindo entre si”.
A pergunta de Jesus sobre o problema que causava tamanho sofrimento neles foi o ponto de partida para encontrar a resposta que, no fim do itinerário, iria esclarecê-los, iluminá-los e devolver-lhes a alegria e a esperança perdidas.
A pergunta de Jesus (“o que ides conversando pelo caminho?”) faz com que os discípulos levantem os olhos do chão e olhem para o rosto do peregrino desconhecido. Sem perceber começam a sair de seu fechamento e a alegrar-se porque alguém está interessado em saber quais são as causas de sua tristeza e quer escutá-los.
A pedagogia amorosa de Jesus deu certo: eles abrem o coração e contam “o que aconteceu a Jesus de Nazaré”. No entanto, o que aconteceu com Jesus não é contado por um coração ardente e exultante, mas por um coração ferido, desiludido e triste. A resposta dos discípulos é um resumo do querigma cristão; mas esse conteúdo é relatado como uma tragédia irreparável.
Depois de um longo diálogo com o peregrino, os discípulos não discutem mais entre si, mas unânimes, insistem para que ele permaneça com eles naquela noite. O pedido “permanece conosco”, em Lucas, expressa o desejo de ser discípulo de Jesus.
Depois que Jesus aceitou o convite, a casa de Emaús, em vez de tornar-se um lugar de fuga e fechamento, como os discípulos pretendiam, tornou-se um lugar de acolhida e de partilha, de iluminação e ponto de partida para a retomada da comunhão com a comunidade dos demais companheiros.
Foi durante a “fração do pão”, que os olhos dos discípulos se abriram e reconheceram Jesus.
A fração do pão continua a ser para os discípulos de Jesus de todos os tempos o “sinal por excelência da presença do Ressuscitado, o lugar onde eles podem e devem descobrir essa presença e a partir do qual poderão dar testemunho da Ressurreição” (J. Dupont).

2 – O que o texto diz para mim?

O diálogo é consubstancial ao cristianismo.
Deus é Palavra criadora e geradora de vida, mas em Jesus ela se manifesta como uma grande conversação.
Sua presença junto aos discípulos de Emaús, é que possibilita a passagem de uma “conversa e discussão” marcada pela tristeza, dor e fuga a uma nova conversação, cheia de sentido e alegria.
A nova conversação os arranca da solidão e os faz retornar à comunidade para relatar a boa nova da experiência que fizeram.
Conversação expansiva, desencadeadora de outros relatos vitais. E assim, os laços são reatados.
Os dois discípulos viveram uma verdadeira “páscoa”, isto é, passaram da discussão ao reconhecimento, do fechamento à abertura, do lamento ao agradecimento, do desânimo ao entusiasmo.
Em resumo, a “passagem” do coração vazio e duro para o coração transbordante e abrasado.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Fazer o caminho com os discípulos de Emaús é uma privilegiada oportunidade para recuperar o lugar e o sentido da conversação na minha diferente relação pessoal.
De fato, vivo num mundo hiper-conectado; o uso dos aplicativos de mensagens cresceu assustadoramente. O mundo,  minha vida, se converteu num “chat” contínuo.
Na verdade, não é coerente traduzir a expressão “chat” por conversação, porque estou assistindo a um preocupante paradoxo: em meio a este “chat universal”, a conversação emudeceu; nem é tumulto nem é sussurro.
Grande parte de minhas “conversações” fica prisioneira das telas (celulares, tablets, computadores, smarths...).
Corro o risco de reduzir a comunicação à conexão. Banalizam-se os conteúdos, mas também são amputadas dimensões fundamentais da experiência humana da comunicação, sobretudo a presença física.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, o relato dos discípulos de Emaús revela-me que o conhecimento de Jesus Cristo, a amizade com Ele, a inserção na comunidade dos seus seguidores(as) e o testemunho de sua ressurreição são progressivos.
Para conhecer o Senhor, é necessário caminhar com Ele, escutar longa e atentamente sua Palavra, deixar-se cativar por Ele, sentar-se à mesa com Ele e deixar que Ele parta e reparta o pão da vida.
E, depois de reconhecê-lo, é necessário realizar imediatamente o “caminho de volta” para a comunidade, para partilhar com os outros a experiência do encontro com o Senhor, professar juntos a comum e realizar as obras do Reino.
Sem essa presença, sem o encontro pessoal, há um empobrecimento da verdadeira comunicação dialógica cara a cara, diante do olhar do outro; fora desta comunicação vivente com o outro, já não é possível autentificar a experiência do meu próprio eu pois me falta a relação primordial com um tu.
O processo mesmo da conversação produz mudanças em mim: uma determinada frase, dita ou escutada, uma experiência de vida que tocou meu coração, uma pergunta que me tirou de minha maneira habitual de pensar… são sementes para transformações posteriores.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Reservar tempos de deserto para viver a experiência de uma conexão interior é altamente humanizador; somente esta conexão profunda possibilita ter acesso à reservas interiores de compaixão, bondade, amor.
O “ofício da palavra”, para além de designar isto ou aquilo, é um ato de amor: criar presença.
O modo eminente de conversação entre as pessoas é aquele no qual se dá uma mútua atualidade da presença, e, portanto, um modo de comunicação no qual toda a pessoa se expressa, com gestos e palavras, e tem um caráter pascal, ou seja, a passagem para a comunhão, a paz, a iluminação...
Sei que, a partir de uma posição conservadora, estática, rígida, é muito difícil que haja uma verdadeira conversação.
É preciso sair de si mesmo, colocar-se em marcha.
Em um mundo permanentemente conectado, com um medo cada vez mais difuso de perder ou esquecer o celular, ou de “ficar sem bateria”, o aprender a “desconectar”, a gerir a solidão, o encontro consigo mesmo, é um dos grandes desafios, sobretudo para os chamados “nomofóbicos digitais”.
Só nesse deslocamento é onde poderei me abrir às novas experiências e reconhecer a presença do outro.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas:  Lucas 24,13-35
Pe. Adroaldo Palaoro, sj – reflexão do Evangelho.
Desenho: Osmar Koxne

Sugestão:
Música: Salmo da Gaivota – fx 10 (02:50)
Autor: Irmã Míria Kolling
Intérprete: Irmã Míria Kolling
CD: Salmos da vida
Gravadora:  Paulinas Comep

Fonte: Pe. Adroaldo Palaoro, sj
Postado por: admin_radio

HOMÍLIAS DOMINICAL DO EVANGELHO, COMENTÁRIOS DOMINICAL DO EVANGELHO, REFLEXÕES DOMINICAL DO EVANGELHO DO DIA 30/04/2017

ANO A


Lc 24,13-35

Comentário do Evangelho

Do ver ao reconhecer

A riqueza do evangelho é tal que ele precisa ser saboreado internamente. Todo o capítulo 24 de Lucas pode ser considerado como um resumo de todo o seu evangelho. Cada um dos evangelhos é fruto da experiência pascal dos discípulos. Nesse sentido, trata-se de um testemunho de fé. Cada trecho do evangelho é uma verdadeira Páscoa: da cegueira à visão, da enfermidade à cura, da morte à vida, da tristeza à alegria, da falta da esperança à esperança, do ódio e rancor ao amor. O relato dos discípulos de Emaús é, do início ao fim, uma Páscoa. O caminho que separa Jerusalém de Emaús é metáfora de um caminho muito mais longo, o caminho através das Escrituras, em que a lição de exegese dada por Jesus aos dois discípulos oferece condições de eles reconhecerem o Senhor no partir o pão.
A morte de Jesus representou uma forte frustração para aqueles que punham nele as esperanças messiânicas (cf. v. 21) e fez com que, por um instante, a comunidade dos discípulos entrasse em crise. O nosso texto visa transmitir o fato que permitiu a passagem do abatimento à alegria, do ver ao reconhecer. O espaço teológico-espiritual entre o ver e o reconhecer permitiu a Jesus a lição de exegese. No tempo do reconhecimento os discípulos confessarão que foi ela que os transformou (cf. v. 32). A explicação e compreensão da Escritura, à luz da ressurreição do Senhor, abriram os olhos para o reconhecimento. A primeira ressurreição, para os discípulos é, então, a da memória. Eles compreenderam, então, que o Senhor que se apresenta vivo no meio deles, de alguma forma, estava presente em toda a Escritura que, por sua vez, encontra nele sua plenitude e sentido. Quando do reconhecimento o Senhor desapareceu da vista deles. É que a visão física não é mais necessária para “ver” o Senhor. Mesmo invisível aos olhos, o Senhor está e permanecerá presente. A invisibilidade não significa, no que diz respeito à fé, ausência. Fato, aliás, que eles nem sequer mencionam, como se a visibilidade não tivesse a menor importância. O que retém a atenção deles, e torna-se objeto da mensagem transmitida aos demais discípulos, é o acontecido no caminho para Emaús, no tempo que precedeu o reconhecimento (cf. v. 35), tempo de escuta, em que o Mestre ressuscitado continua a instruir os seus discípulos. Se a morte dispersou os discípulos, a experiência do Ressuscitado os congrega (cf. v. 33).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Paulinas em 04/05/2014

VIVENDO A PALAVRA

Sob variadas formas o Cristo se faz também nosso companheiro de viagem. Estejamos vigilantes e atentos à sua Presença. Ele vem até nós nos irmãos de caminhada, na natureza, na história, nos sinais dos tempos, nas Escrituras Sagradas, na Igreja – Família de Deus, com seu Magistério e Tradição –, e no mais íntimo da nossa consciência.

Recadinho

Quando Deus se manifesta em sua vida? - Você se desespera facilmente ou confia em Deus? - Você sabe encontrar a força de sua fé na Eucaristia? - Você faz como os discípulos de Emaús: caminha desanimado pelo mundo afora? - Você vê Deus presente e que lhe fala através dos acontecimentos da vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 04/05/2014

Meditando o evangelho

A FRUSTRAÇÃO SUPERADA

A crucifixão de Jesus foi um duro golpe para a comunidade cristã. Com ela, vieram abaixo os projetos de libertação, carinhosamente acalentados pelos discípulos. As palavras e as ações do Mestre pareciam dignas de fé. Seu modo de ser tinha algo de especial, bem diferente do que até então se tinha visto. Sua morte na cruz, no entanto, deixou, nos discípulos, o sabor da frustração e da desilusão!
Foi preciso que o Ressuscitado os chamasse à realidade. Eles não estavam dispensados da missão. Por conseguinte, não havia motivo para se dispersarem e voltarem para sua cidade de origem, uma vez que tinham, diante de si, um mundo a ser evangelizado. Era insensato cultivar sentimentos de morte, quando a vida já havia despontado e se fazia presente no Ressuscitado. Por que fixar-se no aspecto negativo da vida, já que a realidade vai muito além?
Os discípulos de Emaús retratam os cristãos desiludidos de todos os tempos, uma vez que não acreditam na possibilidade de se criar um mundo fraterno. São os pessimistas, centrados em si mesmos, incapazes de projetar-se para além dos próprios horizontes. Ou seja, são cristãos nos quais a ressurreição ainda não produziu frutos.
Só a descoberta do Ressuscitado permite ao cristão superar os reveses da vida. Aí então, ele se dará conta de que, apesar da cruz, vale a pena somar esforços para construir o Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de otimismo, abre meus olhos para que eu perceba a presença do Ressuscitado junto de mim, e assim, reencontre a razão de viver.

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos ouvidos capazes de ouvir, coração sábio para compreender, disposição e coragem para viver e anunciar ao mundo a tua Mensagem de Amor à humanidade – trazida, proclamada e vivida pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

III Domingo da Páscoa (Ano A)


III Domingo da Páscoa (Ano A)

Leituras e subsídios para liturgia e homilia: