domingo, 26 de outubro de 2014

LITURGIA DOMINICAL - O Domingo – Crianças

Dia 26 – Missa do 30º Domingo Comum
Amar sem reservas!


RECADO DO PAPA FRANCISCO:
“Leiamos um pouco do evangelho cada dia. Assim aprenderemos a viver o essencial: o amor e a misericórdia.”

HOMÍLIAS DOMINICAL DO EVANGELHO, COMENTÁRIOS DOMINICAL DO EVANGELHO, REFLEXÕES DOMINICAL DO EVANGELHO E LEITURA ORANTE DOMINICAL DO EVANGELHO DO DIA 26/10/2014

ANO A


Mt 22,34-40

Comentário do Evangelho

O amor como fundamento da Lei.

A liturgia da palavra deste domingo é dominada pelo tema da Lei, enquanto expressão do cuidado de Deus para com toda a humanidade e do cuidado que cada um deve ter para com o seu semelhante. A Lei de Deus é dom oferecido como caminho para a vida, para a santidade e para a liberdade. A Lei foi dada por Deus ao seu povo para que ele preservasse o dom da vida e da liberdade; para que nunca mais o povo caísse na escravidão.
A pergunta do fariseu, doutor da Lei, acerca do primeiro dos mandamentos tem por finalidade pôr Jesus à prova, testar seu conhecimento e sua ortodoxia na interpretação da Lei. Mas não podemos descartar a hipótese de que os fariseus, ante a enorme quantidade de preceitos que deviam observar de modo irrepreensível (613 preceitos), já não soubessem mais, se é que um dia compreenderam, qual era o maior mandamento, ou seja, qual o mandamento que fundamenta todos os demais; qual era aquele mandamento que diante de um conflito entre dois deles nada pode substituí-lo ou ter precedência (cf. Lc 10,25-37). Na sua resposta, Jesus une de modo indissolúvel dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo. O amor ao próximo é a consequência natural do verdadeiro amor a Deus. Esse dois mandamentos, considerados unitariamente, são o fundamento da Lei. Na origem da Lei de Deus, está o seu amor e a sua compaixão pelo ser humano que Ele criou. Em todos os demais mandamentos da Lei deve estar presente o mandamento do amor, inclusive como critério para observar ou não um determinado preceito. Quem cumpre o mandamento do amor cumpre plenamente a Lei e os profetas. O amor tira todo rancor e amargura; é o amor que dá sentido a tudo, que faz com que tudo tenha gosto; é o amor que nutre o desejo de viver. O amor a Deus e ao próximo se torna, em Jesus Cristo, um modo de viver. Somente amando podemos ser verdadeira e profundamente felizes e cristãos. O amor a Deus e ao próximo é uma força de vida que nos faz viver uma Páscoa permanente da saída do eu para a entrega generosa, gratuita, a Deus e ao próximo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o meu amor a ti se manifeste na solidariedade para com o meu próximo. E que a comunhão com o meu próximo expresse meu profundo amor por ti.

Vivendo a Palavra

A Lei do Amor é como a seta que indica um caminho a ser percorrido com liberdade pelos cristãos. Ela substitui as 613 prescrições e vetos – 365 ‘façam isto!’ e 208 ‘isto não pode!’ – da Lei Antiga. Mas o cumprimento da Nova Lei envolve todo o nosso ser: as forças físicas, emocionais, intelectuais e espirituais. Não podemos estar divididos interiormente.

Recadinho


Tenho consciência de que tudo aquilo que faço é fruto do que vai em meu coração? - Amo a Deus que me chama para junto dele ou faço de Deus alguém que quer barrar minha liberdade? - Estou convencido de que caridade se dá em primeiro lugar com o coração e só depois  com as mãos? - Posso com tranquilidade exigir que façam a mim o que faço para meu próximo? - Meu viver é um espelho da bondade e misericórdia de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

A CENTRALIDADE DO AMOR

Os mestres da Lei e os fariseus davam a todos os mandamentos a mesma importância. Parecia-lhes ser uma falta de respeito classificá-los segundo diferentes graus de importância. Se todos correspondiam à vontade de Deus, deveriam ser levados igualmente a sério e vividos com a mesma intensidade.
Acontece que os mandamentos foram maximamente multiplicados, a ponto de se tornarem um emaranhado de normas e prescrições. Por outro lado, até mesmo coisas irrelevantes eram objeto de prescrições legais, de forma colocar a vida diária numa espécie de camisa de força legalista.
Com este pano de fundo, entende-se a pergunta levantada pelo mestre da Lei a respeito do "maior mandamento". Embora sua intenção fosse fazer Jesus cair numa armadilha, ele compreendia que os mandamentos não tinham todos igual valor.
A resposta de Jesus apela para o amor a Deus e o amor ao próximo, como resumo de todos os mandamentos. "Deles decorre toda a Lei, assim como os profetas." Eles são a chave de interpretação de toda a Bíblia, onde as coisas só têm sentido se conduzem ao amor. Somente quem ama está em condições de compreender os ensinamentos bíblicos. O motivo é simples: apenas o amor coloca o ser humano em perfeita sintonia com o Deus da Bíblia.
Oração
Espírito de amor, que minha vida esteja toda centrada no amor a Deus e ao próximo, decorrendo, daí, todo o meu querer e meu agir.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA26 DE OUTUBRO –DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
http://homiliadominical2.blogspot.com.br/
26 de outubro – 30º DOMINGO COMUM
Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

I. INTRODUÇÃO GERAL

A liturgia de hoje destaca o maior mandamento: amar a Deus e amar o próximo. No livro do Êxodo, encontramos uma série de leis sobre os deveres para com as categorias sociais mais necessitadas naquela época: estrangeiros, viúvas, órfãos e endividados. No Novo Testamento, essas exigências são plenificadas pelas palavras de Jesus, ao pôr em paralelo o amor a Deus e o amor ao próximo. Mais que palavras, a obra redentora de Cristo é a expressão de seu amor ao Pai e ao ser humano. O Filho de Deus é verdadeiramente aquele que se fez próximo de quem mais necessitava da plenitude da vida.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho (Mt 22,34-40): Amor a Deus, amor ao próximo
O evangelho de hoje nos situa diante de uma pergunta muito importante, não apenas para os judeus, mas também para nós, cristãos: o maior mandamento. É importante para nós, seguidores de Jesus, porque o mandamento nos reporta à prática evangélica.
A resposta de Jesus, fundamentada na Escritura, une dois mandamentos já conhecidos e praticados pelos judeus. O primeiro é amar a Deus (Dt 6,5), que resume a vocação própria de Israel, a razão de sua existência. Em Cristo, essa vocação estendeu-se a todos nós, chamados a amar a Deus no Filho amado. Ele nos ensinou o caminho de acesso a Deus Pai, no amor e na doação de sua vida integralmente.
O segundo é amar o próximo como a si mesmo (Lv 19,18), cujo fundamento é Deus, que ama o ser humano. A realização desse mandamento faz parte da vocação de Israel e, em Jesus, chegou à plenitude, porque Cristo amou o próximo não como a si mesmo, mas como o Pai o ama. Deu-se totalmente ao outro como se dava totalmente ao Pai e como o Pai se dava a ele. Sem reservas. Por isso, ao unir os dois mandamentos e defini-los como vontade de Deus expressa na totalidade da Escritura (Lei e Profetas), Jesus apresenta uma novidade à sua época e a nós.
Jesus quer ressaltar que o mais importante para cumprir a vontade de Deus não é o muito fazer, seja por Deus, seja pelos irmãos. O importante é ser para o outro, como ele próprio foi para Deus e para o próximo. Toda a sua vida e missão traduziram quem ele é: o Filho amado. Toda a sua ação em prol do outro foi baseada no amor filial, fonte de sua existência. Toda a Escritura (Lei e Profetas) testemunha que a realização da vontade de Deus está no cumprimento do duplo mandamento de amar a Deus e o próximo. Tudo o mais, nossos afazeres, nossas devoções etc. só têm sentido se nascem desse mandamento.

2. I leitura (Ex 22,20-26): “Quem ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4,21)
A série de leis que aparecem nesse texto bíblico baseia-se em dois fundamentos:
– não se deve fazer a outrem o que não é desejado para si mesmo (Ex 22,20);
– Deus é o libertador e tem particular cuidado com os atribulados, escuta seus clamores e é misericordioso para com eles (Ex 22,26).
São estas as categorias sociais mencionadas nas proibições:
 o estrangeiro. Na Antiguidade, cada indivíduo tinha a identidade vinculada a uma tribo ou clã de origem que o protegia. Em viagem ou quando havia migração de uma pequena família para outra região, então facilmente essas pessoas ficavam sem proteção e à mercê da violência, por causa da distância da tribo à qual pertenciam.
 a viúva e o órfão. A mulher era protegida pelo pai e, na falta deste, pelos irmãos adultos; se casada, pelo marido e, na ausência deste, pelos filhos adultos. A viúva propriamente dita era uma mulher cujo pai ou irmãos estavam ausentes e que, com a morte do esposo, tinha ficado sozinha com filhos ainda crianças. Nessa condição, a mulher estava totalmente desprotegida, podendo sofrer violência e escravidão. Ela está na mesma situação da criança órfã.

3. II leitura (1Ts 1,5c-10): Sois um exemplo para todos
A segunda leitura é um exemplo prático de amor a Deus e ao próximo, concretizado no perdão e na perseverança.
Paulo elogia os cristãos de Tessalônica por perseverarem na fé, apesar das tribulações pelas quais passaram. Eles imitavam o modo de viver de Paulo e, em última instância, o modo de viver de Cristo. Quando abraçaram a fé cristã, sofreram calúnias e outras perseguições dos moradores da cidade. Mesmo assim, nada os impediu de perseverar no amor a Deus e na divulgação do evangelho entre os que os perseguiam. Isso mostra que o amor ao próximo não é sinônimo de ajudar os aflitos. O próximo é aquele de quem me aproximo, seja para ajudar, seja para perdoar. Não podemos confundir “próximo” apenas com “necessitado”.
Os cristãos de Tessalônica eram alegres, apesar das perseguições. Não sentiam uma alegria superficial, como a que brota de um coração vazio de sentido e sedento por diversões. Tratava-se, antes, da alegria profunda de quem não guarda rancor, de quem sabe perdoar e amar. Eles perseveravam no amor a Deus e ao próximo.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Destacar na homilia a dicotomia presente na vida de alguns cristãos e chamar a atenção para a unidade entre fé e vida.
Muitos cristãos ainda não assimilaram o mandamento de Jesus sobre o amor a Deus e ao próximo. Muitos lutam por justiça, têm uma prática social e estão engajados na luta por um mundo melhor, mas não têm um momento para estar com Deus em oração, não têm tempo para o Senhor, e, em consequência, suas ações não são fruto de escuta ou de discipulado. Outros cristãos vivem para louvar, para práticas devocionais de novenas e rosários; passam tanto tempo na igreja, que não têm um momento para a família, para os amigos, para os vizinhos ou colegas de trabalho.
Discípulos e missionários orantes e atuantes, dedicados a amar a Deus e amar o próximo, constituem os verdadeiros seguidores de Jesus.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
26 de outubro: 30º Domingo do Tempo Comum
DOIS AMORES INSEPARÁVEIS
Sempre e em todo lugar existem os mal-intencionados querendo interpelar Jesus para pô-lo em apuros. Desta vez entra a questão do maior mandamento. Os fariseus, juntamente com os saduceus, fazem parte da elite governante no tempo de Jesus. Graças a uma provocação maldosa do fariseu, temos a proposta de Jesus de não separar os dois amores: a Deus e ao próximo.
A resposta de Jesus retoma Deuteronômio (6,5), onde encontramos o famoso shemá, Israel (escuta, Israel). O shemá é o início de uma oração ainda hoje muito cara à religião judaica que manifesta a fé do povo num Deus único. Essa expressão é repetida várias vezes no Deuteronômio. A tríplice terminologia – coração, alma, mente – denota a integralidade da existência humana orientada para Deus.
A proposta de Jesus vai na contramão de uma religião intimista e desligada da vida cotidiana, sem compromisso com o próximo. O “eu e Deus” envolve um terceiro elemento: o irmão. Jesus deixa claro que não existe um amor a Deus que ignore o compromisso com o irmão. Amar a Deus acima de tudo nos faz amar o próximo com a mesma intensidade. Quanto mais a pessoa ama, mais humana e divina se torna.
Demonstramos nosso amor a Deus amando o próximo, imagem de Deus. Na vivência do segundo mandamento – não menos importante –, comprova-se a fidelidade ao primeiro. A comunhão amorosa e fiel a Deus exige atenção para com as pessoas. A fidelidade a Deus não combina com o desprezo ao povo. Como diz são João: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”.
Toda religião séria não pode esquecer o essencial e se deixar levar por caminhos que ignoram os irmãos sofredores, também filhos e filhas de Deus e amados por ele. A resposta de Jesus quer recuperar o essencial na vivência cotidiana e a base de toda religião: o amor a Deus e ao próximo.
Pe. Nilo Luza, ssp
Dia 26 – 30° DOMINGO COMUM
O GRANDE MANDAMENTO DO AMOR
No batismo, tornamo-nos filhos e filhas de Deus, assumindo os compromissos do reino e as exigências da vida cristã. Pertencemos a uma mesma família, uma mesma comunidade, e Deus é nosso Pai. Para orientar as relações de fraternidade entre nós e entre cada um de nós com ele, Deus pôs ao nosso alcance preceitos, leis e mandamentos. Os muitos preceitos ou mandamentos se resumem em amor a Deus e ao próximo, como nos fala Jesus no evangelho de hoje.
A leitura do livro do Êxodo lembra ao povo de Israel os sofrimentos e opressões que ele experimentou no Egito, terra estrangeira, e convida-o a tratar com amor e carinho os irmãos e irmãs carentes: pobres, viúvas, devedores, estrangeiros, órfãos… Assim essa leitura apresenta preceitos referentes aos deveres para com o próximo necessitado: “Não oprimas nem maltrates… não façais mal algum…” (Ex 22,21). O objetivo das leis e mandamentos é harmonizar a vida em comunidade e sociedade.
A liturgia de hoje é um convite a viver integralmente o amor, como Jesus nos ensinou. Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e entendimento significa dar plena adesão ao seu projeto de vida, dedicando-se ao seu serviço. E para concretizar esse serviço divino, somos convocados a amar os que nos rodeiam, o próximo. Jesus, como Filho de Deus e nosso Mestre, fez a mesma coisa: realizou a vontade do Pai, pondo-se a serviço da humanidade, morrendo pregado na cruz para salvá-la. A obra salvadora de Cristo é a expressão de seu amor ao Pai e às pessoas.
É impossível separar o amor ao próximo do amor a Deus. Como cristãos, somos chamados a seguir o exemplo de Jesus: assumir, de coração, os compromissos do reino, servindo os irmãos e irmãs necessitados de nossa dedicação. Porque, como disse são João: “Ninguém pode pretender amar a Deus, odiando aos outros. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê? E recebemos de Deus este mandamento: quem ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4,20-21).
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp

Reflexão:
Pistas para a reflexão:

I leitura: Deus convida a defender a vida dos pobres e esquecidos.
II leitura: A memória é importante para a vida da comunidade.
Evangelho: Os dois amores da vida, Deus e o próximo: amando um, estaremos amando o outro.

DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
Homilia do 30º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo


Crescer no Amor
Liturgia de 26.10.2014 - 30º Domingo do Tempo Comum
Canal do Youtube
Dermeval Neves


A Voz do Pastor - 30º Domingo Comum - Domingo 26/10/2014
Canal do Youtube
arqrio



Amarás o Senhor teu Deus, e ao teu próximo como a ti mesmo. 

Pai,
que o meu amor a ti se manifeste
na solidariedade para com o meu próximo.
E que a comunhão com o meu próximo
expresse meu profundo amor por ti.

HOMILIA
AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO Mt 22,34-40
Do amor a Deus e ao próximo dependem toda a Lei e os Profetas (Mt 22,40). É a conclusão a quem Jesus quer que todos nós cheguemos no nosso dia-a-dia. Com esta afirmação, Jesus estabelece um vínculo entre dois amores. Desconhecer este fato pode levar a graves deformações que abalam o equilíbrio interno da fé e consequentemente nos leva à morte.
É fundamental que todos nós, valorizemos as exigências do amor fraterno, procurando agir motivados pelo amor divino porque, se Deus não ocupar o lugar Lhe compete na nossa vida, até a caridade para com o próximo tende a se degradar e o caus se torna maior.
No Evangelho, Jesus retoma e comenta a essência da Lei. Após enfrentar a armadilha dos fariseus, através dos herodianos, sobre o imposto e a investida dos saduceus sobre a ressurreição, Jesus é colocado à prova por um dos fariseus sobre o maior mandamento da Lei. Jesus responde à questão, servindo-se em parte da versão deuteronômica: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento, Dt 6,5. Embora só fosse interrogado sobre o maior mandamento, Jesus acrescenta o segundo, servindo-se da versão do Levítico: Amarás o teu próximo como a ti mesmo cf. Lv 19,18). Segue-se a assertiva: Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
Embora a mentalidade ocidental tenha a tendência de privilegiar o papel da razão quanto ao conhecimento, mesmo o do amor, não faltam referências à compreensão como ato produzido pela experiência. Nesse sentido, a vivência torna-se também meio de conhecer, indo ao encontro daquilo que Jesus indica a respeito do amor a Deus. Não se trata apenas de compreensão racional ou entendimento mental, mas do conhecimento da fé, que, sendo entre outras coisas a experiência de ser amado por Deus, provoca a resposta humana do amor. Tal amor não exclui a inteligência das verdades reveladas e do próprio Deus, antes impulsiona a compreensão, através do estudo da fé. Sob este aspecto, a expressão ninguém ama o que não conhece, se for aplicada ao conhecimento humano sobre Deus, indica tanto a experiência quanto a intelecção da fé.
É sugestivo que Jesus acrescente o segundo mandamento, mesmo que o fariseu só se tenha interessado pelo maior mandamento para afirmar a semelhança do amor ao próximo ao amor a Deus e acentuar que desses dois amores dependem toda a lei e os Profetas.
Qual deve ser o parâmetro do amor entre nós? Jesus: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. No contexto da Lei Antiga o a ti mesmo aproxima o apreço que cada um tem por si, inclusive como membro do Povo de Deus, ao apreço que se deve ter pelo semelhante, respeitado por ser também membro do Povo, e, como tal, sujeito não só de deveres, mas também de direitos iguais (Lv 19,11-18). Outras vezes, o a ti mesmo refere-se ao apreço pelo outro que, mesmo sendo estrangeiro, é visto como semelhante ao israelita na situação de exílio já superada. Em ambos os casos, o apreço pelo semelhante supõe o amor a si mesmo e a experiência do amor de Deus, expresso na repetição: Eu sou Iahweh vosso Deus (Lv 19,10.14.16.18.32) e no incisivo: Eu sou Iahweh, vosso Deus que vos fez sair da terra do Egito (Lv 19,36). Também na Nova Lei, Jesus aproxima o amor que cada um tem por si mesmo ao amor do outro, através da regra: Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, pois esta é a Lei e os Profetas (7,12; cf. Lc 6,31). Fazendo depender a Lei e os Profetas do amor a Deus e do amor ao próximo como a si mesmo, Jesus compõe a armadura ou o fundamento da religião. A supressão de um desses amores faz desmoronar todo o edifício.
Os fiéis de Cristo que não se preocupam em ser testemunhas visíveis do amor do Pai, pelo serviço aos irmãos, fazem com que seu testemunho perca o centro de todo o seu agir. Aliás, é na mútua articulação entre o amor a Deus e ao próximo que reside à diferença entre a caridade cristã e a filantropia. O amor a Deus se visibiliza no amor ao próximo e o próprio Deus ama seus filhos através dos irmãos que se reúnem e se encontram. Desta maneira, é o amor de Deus que possibilita o encontro sacramental do divino no humano, especialmente mediante a pessoa do pobre. Por isso, a própria luta em prol da justiça e a promoção social dos empobrecidos, são para o cristão motivado pelo amor a Deus, e devem assim permanecer, a fim de não se descaracterizarem em atitudes que a própria Moral cristã condena como a violência ou a vingança. Portanto, Amarás o teu próximo como a ti mesmo!
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
http://www.liturgiadapalavra.com/
HOMILIA
Que lugar Deus ocupa em sua vida?
Que lugar Deus ocupa em sua vida? Qual é o lugar que Deus ocupa nos seus pensamentos? Nos seus sentimentos? Nas suas atitudes? Nas suas palavras e decisões?
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!” (Mateus 22, 37).




Irmãos e irmãs no Senhor, nós hoje ouvimos de Nosso Senhor Jesus Cristo qual é o maior mandamento da Lei de Deus. Nós já podemos ter ouvido de outras maneiras que “amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo” é o resumo dos mandamentos. Mas aqui, nesta reflexão, não é simplesmente o sentido de compreendermos a síntese dos mandamentos ou colocarmos por escrito o que eles significam, mas sim de entendermos de que modo a nossa vida deve ser orientada, dirigida e guiada. Primeiro, acima de qualquer coisa, ela deve estar guiada pelo amor ao Nosso Deus, que deve ser a matriz que conduz tudo aquilo que fazemos, somos e vivemos!
Amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento e com nossas capacidades é a melhor das coisas que podemos fazer! Não podemos amar a ninguém mais do que a Deus; não podemos amar qualquer coisa, qualquer situação mais do que a Ele. Nenhum amor pode ser mais alto em nossa vida do que o amor ao Senhor.
Deus em primeiro lugar! É a primazia de Deus em nossa vida, a opção daquele que se converteu ao Senhor é fazer d’Ele a razão de sua vida e da sua existência. Você mesmo pode se questionar: Qual é o lugar que Deus ocupa nos meus pensamentos? Nos meus sentimentos? Nas minhas atitudes? Nas minhas palavras e decisões? Que lugar Deus ocupa em minha vida?
Ao olhar para a sua vida, para tudo aquilo que você faz, pergunte-se: “Eu honro a Deus com a minha vida? Eu tenho tempo para Ele? Eu tenho tempo para rezar? Para escutar o Senhor? Para me colocar em Sua presença? Para me alimentar da Sua Palavra? Para ser iluminado pelo Seu santo entendimento? Eu me permito ser por Ele lavado e purificado dos meus pecados?”
Quando amamos a Deus sobre todas as coisas, Ele nos ensina a amar o nosso próximo como a nós mesmos. Por isso precisamos querer bem a nós mesmos, precisamos nos valorizar e nos respeitar. Precisamos ser os primeiros a nos reconhecer como pessoa e como filhos de Deus.
Não é nenhum egoísmo se amar! Você não vai amar ninguém de verdade enquanto não amar a si mesmo! Se você se ama com equilíbrio, com cuidado e com respeito, também terá os mesmos sentimentos para amar o seu próximo e o seu semelhante. Ninguém vai querer mal a si mesmo se tiver juízo, assim como você não vai querer mal a si mesmo, não vai querer mal ao próximo. Assim como você não vai desejar que lhe façam mal, você também não vai  fazer o mal ao próximo.
A medida do nosso amor ao próximo é saber dosar o nosso amor próprio. Colocando Deus sobre todas as coisas e sabendo cuidar de nós mesmos daremos o nosso melhor ao nosso próximo.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE

Mt 22,34-40 - Ame o Senhor, ame aos outros



Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos que navegam pela internet, a Oração das Missões:
Deus Pai,
Criador do céu e da terra,
Enviai, por meio do vosso Filho,
O Espírito que renova todas as coisas,
Para que, no respeito e cuidado com a natureza,
Possamos recriar novos céus e nova terra,
E a Boa-Nova, que brilhou na Criação,
Seja conhecida até os confins do universo. Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto Mt 22,34-40 e observo a síntese que Jesus faz dos mandamentos.
Os fariseus se reuniram quando souberam que Jesus tinha feito os saduceus calarem a boca. E um deles, que era mestre da Lei, querendo conseguir alguma prova contra Jesus, perguntou:
- Mestre, qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei? Jesus respondeu:
- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente." Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: "Ame os outros como você ama a você mesmo." Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se baseiam nesses dois mandamentos.
Os fariseus contavam com 613 preceitos na Lei, 365 proibições e 248 mandamentos. Deviam decorá-los e praticá-los.
O mestre da Lei quer por Jesus à prova. Pergunta-lhe qual é o mandamento mais importante.
Jesus responde que é preciso integrá-los todos em dois amores, a Deus e ao próximo. Diz que os dois são igualmente importantes e inseparáveis: quem ama a Deus deve amar o filho de Deus, ou seja, o próximo. Tudo o mais é consequência. E diz mais: o amor ao próximo deve ser igual ao amor a si mesmo.
Outros textos nos ajudam a entender estes mandamentos: Jo 13,34-35,  1Jo 4,7-8, Col 3,14, 1Jo 4,20-21, Mc 12,35-36.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Como vivo estes dois mandamentos?
Amo as outras pessoas como a mim mesmo?
O papa Bento XVI publicou, em 2006, a sua primeira encíclica intitulada “Deus caritas est”, Deus é amor. No parágrafo 16, diz que há um “nexo indivisível entre o amor a Deus e o amor ao próximo: um exige tão estreitamente o outro que a afirmação do amor a Deus se torna uma mentira, se o homem se fechar ao próximo ou, inclusive, o odiar.” O papa diz mais: “Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor é que me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo é que abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como Ele me ama. Os Santos — pensemos, por exemplo, na Bem-aventurada Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico e, vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento” (Deus caritas est, 18).
É assim que amo meu irmão?
É assim que amo a Deus?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a canção:Hino ao amor


Hino ao amor, Pe. Zezinho, scj,
Paulinas COMEP

Depois, rezo:
Senhor, para que eu aprenda a viver o mandamento do amor,
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de renovada relação de amor com Deus e o próximo.
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos que navegam pela internet, a Oração das Missões:
Deus Pai,
Criador do céu e da terra,
Enviai, por meio do vosso Filho,
O Espírito que renova todas as coisas,
Para que, no respeito e cuidado com a natureza,
Possamos recriar novos céus e nova terra,
E a Boa-Nova, que brilhou na Criação,
Seja conhecida até os confins do universo. Amém.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Oração Final
Pai Santo, amar a Ti e ao próximo é coisa tão simples de dizer, mas tão comprometedora! Dá-nos sabedoria para entender; coragem e força para viver o Teu Mandamento, Pai querido! Assim nós viveremos, já nesta terra, os sinais do teu Reino, que um dia gozaremos em plenitude com o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.