ANO A
Mt 22,15-21
Comentário
do Evangelho
Deus
é único e fora Ele não há outro deus.
A liturgia da palavra
deste vigésimo nono domingo do Tempo Comum apresenta dois aspectos, a meu ver,
essenciais para a vida cristã. O primeiro deles, a contar da leitura do profeta
Isaías, é a necessidade de fazer uma leitura teológica da história, isto é, ver
na história da humanidade a ação salvífica de Deus, pois ele age em meio às
vicissitudes da vida e das pessoas. O segundo aspecto é o convite e a
necessidade ao discernimento permanente, pois não há para Deus substituto e,
por isso, ninguém que se compare a Ele. Deus é único e fora Ele não há outro
deus (cf. Is 45,5).
O trecho do profeta
Isaías nos remete ao final do século VI a.C. Período do retorno à Judá dos
exilados na Babilônia, retorno patrocinado por Ciro, rei da Pérsia, em 538 a.C.
A insistência em afirmar que Deus era o único Deus (vv. 5-6) remete o nosso
texto a um risco que remonta aos tempos da escravidão no Egito e acompanha o
povo de Deus ao longo de toda a sua existência; a saber, a dificuldade em
compreender e aceitar que Deus era infinitamente diferente dos ídolos feitos
por mãos humanas; que Ele era um Deus pessoal com quem podiam falar e ser
ouvidos. Não era um Deus estático, mas sim profundamente comprometido com a
vida do povo que Ele escolheu. Não era de bronze nem de madeira, mas tinha
sentimentos e olhos misericordiosos. O perigo era venerar Ciro como deus. Ora,
Ciro era ungido de Deus (v. 1), através de quem Deus agiu para fazer o seu povo
voltar à terra dada aos ancestrais de Israel (vv. 2-4). Onde o ser humano é
libertado de sua escravidão, é Deus quem está na origem dessa libertação.
Os opositores de Jesus
querem armar uma armadilha para pegá-lo em alguma palavra. Mas eles mesmos
foram pegos pela cilada que prepararam contra Jesus. O leitor do evangelho sabe
que o elogio que fazem a Jesus é verdadeiro, mas na boca deles é pura
hipocrisia, pois não é, efetivamente, o que pensam de Jesus. Trata-se
simplesmente de artimanha maléfica para enredá-lo. Mas Jesus não entra no jogo
deles. A alternativa apresentada para a resposta de Jesus é falsa. A imagem de
César na moeda é que trazia problema. A moeda continha uma inscrição em que se
afirmava que César Augusto era deus. César reivindicava ser adorado como deus.
Se a moeda tinha a imagem de César, que os impostos fossem pagos a ele, no parecer
de Jesus. Mas o ser humano é a imagem do Deus que o criou. O ser humano
pertence a Deus e não pode ser escravo do que ou de quem quer que seja. Daí que
somente a Deus a vida do ser humano pode ser oferecida, qual um sacrifício
vivo. A vida do ser humano pertence a Deus. Deus não está nem pode ser posto em
concorrência com as coisas deste mundo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,
por reconhecer-te como centro de minha vida, ensina-me a submeter tudo a ti, e
a rejeitar o que pretende polarizar minhas atenções.
Vivendo
a Palavra
A ‘receita’ do
Mestre serve para todos os tempos: dar ao mundo o que é do mundo e entregar a
Deus o que é de Deus. De Deus são os tesouros que a traça não rói, os ladrões
não roubam, a ferrugem não corrompe: o ser humano e suas relações fraternas; a
vida, digna e plena para todos; a terra e o sustento que ela fornece sem
discriminar ninguém.
Recadinho
Como encara seus
compromissos para com a sociedade civil? - Que tipo de compromisso civil lhe é
mais difícil? - Consegue conciliar seus deveres civis e religiosos? - Procura
ver sempre a imagem de Deus presente nos irmãos? - Procura usar de sinceridade
em tudo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Comentário do Evangelho
COISAS LÍCITAS E
ILÍCITAS
Os fariseus buscavam,
sem trégua, desacreditar Jesus diante do povo ou colocá-lo numa situação
complicada, de modo a terminar encarcerado pelas tropas romanas. Uma declaração
comprometedora saída de sua boca seria uma boa cilada. Por isso, enviaram para armar-lhe
ciladas alguns de seus discípulos acompanhados de judeus partidários de
Herodes, simpatizantes do poder romano. É bom recordar o ódio que os fariseus
nutriam por estes dominadores estrangeiros.
Os emissários agiram
com extrema esperteza: trataram Jesus de maneira cortês, louvando-lhe os
ensinamentos e a coragem, vendo que não se deixava amedrontar por ninguém. Além
disso, apresentaram-se como judeus piedosos, cheios de escrúpulos de
consciência.
Propuseram ao Mestre a
questão da liceidade ou não de pagar o tributo a César. Jesus, porém, deu-se
conta da hipocrisia deles travestida de piedade. Por isso, ofereceu-lhes uma
resposta que os deixou confundidos.
Em última análise, a
resposta do Mestre serve ainda hoje para discernirmos o lícito e o ilícito.
Qualquer coisa é lícita, desde que compatível com o projeto de Deus. O que fere
este projeto é ilícito e deve ser rejeitado por quem aderiu ao Reino e procura
pautar-se por ele.
Tomando Deus como
ponto de referência, é possível determinar, em cada caso concreto, o que é ou
não é permitido. Bastava, pois, que os emissários dos fariseus aplicassem este
critério à questão do tributo a ser pago ao imperador romano.
Oração
Pai,
por reconhecer-te como centro de minha vida, ensina-me a submeter tudo a ti, e
a rejeitar o que pretende polarizar minhas atenções.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus
eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos
servir de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA19 DE OUTUBRO –DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O
PRÓXIMO DOMINGO
19 de outubro – 29º DOMINGO
COMUM
Por
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
I. INTRODUÇÃO GERAL
A liturgia de hoje ressalta que a história da humanidade está
nas mãos de Deus. Interpretada à luz da fé, a história ganha seu verdadeiro
significado: a salvação do ser humano.
Até mesmo as ações das
pessoas que não têm fé podem ser vistas como colaborações inconscientes ao
projeto de Deus. É isso que nos mostra a primeira leitura: o imperador Ciro,
mesmo sem o saber, fez a vontade de Deus. Situações políticas totalmente seculares
podem ser usadas pelo Senhor como instrumentos para a salvação do ser humano.
Na segunda leitura,
vemos que Paulo e os tessalonicenses são fiéis na difusão do evangelho. Tal
fato deveria nos animar bastante, porque sabemos que, no início da Igreja, os
cristãos sofriam várias perseguições. Isso significa que Deus pode servir-se
até mesmo de situações adversas para realizar a salvação, porque ele é o Senhor
da história.
No evangelho, Jesus
traça uma linha divisória: a autoridade política tem seu campo próprio, a ordem
e o bem público. Dentro desse campo, a autoridade política deve ser respeitada.
Mas a autoridade política não tem o poder de exigir o que somente a Deus é
devido.
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1. Evangelho (Mt 22,15-21): Dai a Deus o que é de Deus
O evangelho de hoje nos
põe diante de um dilema no qual muitas vezes travamos: como conciliar em nosso
cotidiano duas realidades por vezes antagônicas, a autoridade política e a
religiosa? Nesse caso, Jesus nos aponta o caminho a seguir.
A pergunta feita a Jesus
certamente é bem maliciosa. Os judeus estavam sob o domínio romano, e o
pagamento do tributo era prova de sujeição ao imperador. Se Jesus respondesse
que o povo deveria pagar o imposto, perderia sua popularidade, seria acusado de
trair sua nação e perderia qualquer pretensão messiânica. Caso respondesse que
não deveria pagar o imposto, seria acusado de rebelião contra o império e seria
preso. Qualquer que fosse a resposta, Jesus estaria em perigo. Mas ele
ultrapassa a questão do lícito ou ilícito e conduz seus interlocutores a uma
reflexão mais profunda: a autoridade política não pode tomar o lugar de Deus.
Para Israel, só Deus
podia reinar sobre o povo, mediante um representante tirado de uma das tribos.
Por isso, a sujeição ao imperador romano era sinal de idolatria. Além disso,
essa situação se agravou quando o imperador se autoproclamou divino.
Quando Jesus pergunta de
quem é a figura e a inscrição na moeda, entra no âmago da questão. Os judeus
usavam a moeda romana e, por isso, não tinham por que se opor ao pagamento do
imposto. Mas Jesus acrescenta que se deve dar a Deus o que é de Deus,
reafirmando a soberania do Senhor sobre Israel e as nações. No grego, a palavra
“dar” também significa “devolver”. E já que a imagem de Deus está gravada em
nós, devemos “devolver” nossa vida em adoração a ele, cumprindo a sua soberana
vontade. Assim, a prática de devolver a Deus o que é de Deus destrói toda
idolatria.
A autoridade política
deve ser respeitada, porque está a serviço do bem comum, mas nunca terá o poder
de exigir o que é devido somente a Deus, cuja imagem está impressa em nós.
2. I leitura (Is 45,1.4-6): Eu sou o Senhor e não há outro
O texto bíblico começa
com a afirmação de que Ciro, o rei persa que dominava sobre os judeus, tinha
sido escolhido por Deus para executar a tarefa de fazer o povo exilado voltar à
terra de Israel. É uma afirmação muito estranha na Bíblia, porque o termo
“ungido” (messias ou cristo) era reservado apenas para três categorias em
Israel: reis, sacerdotes e profetas. Afirmar isso de um rei estrangeiro, que
servia a outros deuses, é algo único na Bíblia.
Para entender esse
versículo, é necessário imaginar o que as pessoas da época poderiam estar
pensando. Quando souberam do decreto do imperador que os liberava para voltar a
Israel, os judeus poderiam pensar: “Que feliz coincidência e que sorte nós
tivemos, a política do imperador vai nos favorecer”. O profeta entrou em ação
para dizer que as coisas não eram bem assim como estariam pensando, deixando
claro que não se tratava de sorte ou coincidência. Deus é sumamente fiel e ama
os filhos de Israel; ele os tirou da escravidão do Egito, levou-os para a terra
prometida e para lá os faz retornar. Ciro não passa de um instrumento de Deus
para executar uma tarefa. O imperador não é uma divindade, ao contrário, é como
uma criança conduzida por um adulto para fazer algo que ela nem tem consciência
do que seja. Ciro é tomado pela mão e levado pelo Senhor para libertar os
judeus.
Assim, o texto bíblico
orientou as pessoas antigamente e nos orienta hoje para a consciência de que
nenhuma autoridade é eterna ou absoluta: há um único Deus e tudo está submetido
a ele e ao seu plano. Nada nem ninguém podem impedir a realização do projeto
divino. O livre-arbítrio humano pode apenas escolher entre colaborar ou não com
Deus. A história da humanidade está imersa no projeto de Deus como peixes num
aquário, que podem nadar de um lado a outro, mas sempre estão dentro do mesmo
recipiente. Mesmo quando se tenta impedir que o projeto divino se realize, Deus
é suficientemente criativo para do mal fazer um bem. Prova disso é que a morte
de Jesus na cruz se tornou vida plena para quem o segue.
3. II leitura (1Ts 1,1-5b): O evangelho foi anunciado entre vós
Paulo escreve uma carta
à Igreja que se encontrava em Tessalônica, cidade pagã cujos habitantes estavam
a serviço de vários ídolos. Os cristãos dessa cidade, ao contrário, são
assembleia santa, são eleitos de Deus e congregados em Jesus Cristo.
O apóstolo sempre se
lembra da “ação da fé” dos tessalonicenses. Essa expressão pode parecer
estranha aos ouvidos atuais, porque hoje comumente se compreende fé como se se
tratasse de um sentimento. Mas, nos idiomas antigos, fé é um modo de viver, é a
vida em ação colaborando com Deus. Colaborar significa “trabalhar com”. Assim,
a fé é mais que um sentimento: é uma tarefa, um ofício, um trabalho, uma
missão. O plano de Deus se realiza independentemente da fé do ser humano, mas
os que vivem a fé assumem consciente e livremente esse plano como um objetivo
de vida a ser realizado e trabalham com Deus na efetivação desse projeto, até
que chegue à plenitude.
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
Chegamos à segunda metade do mês missionário, e alguns eventos
já devem ter sido realizados na comunidade. Mas alguns cristãos ainda não se
envolveram na proclamação do Reino de Deus. Alguns estão em situação semelhante
à de Ciro: embora suas ações sejam boas, eles não as realizam como fruto de uma
opção consciente e comprometida com o Reino de Deus. Outras pessoas são como os
judeus exilados: não conseguem ver a mão de Deus por trás dos acontecimentos
históricos. Quando muito, pensam que os desastres são castigos, e essa é a
leitura mais errada que se pode fazer dos eventos históricos.
Ainda podemos considerar
algumas pessoas semelhantes aos fariseus do evangelho: confundem autoridade
humana com autoridade divina, pensam que o fato de não cometer escândalos é
suficiente para alguém ser considerado amigo de Deus.
Contudo, a Igreja
necessita de pessoas como os tessalonicenses, cuja fé é mais que um sentimento
ou religiosidade desencarnada. A Igreja necessita de cristãos de quem se possa
dizer: “Lembro-me sempre da ação de vossa fé” (cf. 1Ts 1,3).
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em
Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade
Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e
doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona
na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas
as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
19 de outubro: 29º
Domingo do Tempo Comum
CRISTÃOS
MISSIONÁRIOS
No evangelho, Jesus é provocado para cair numa armadilha. Percebendo a
maldade de seus opositores, transfere a responsabilidade para eles e faz um
discernimento: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. O
poder, as riquezas, as vaidades são do mundo, são de César. A vida, o envio à
missão são de Deus. Como nos lembra Isaías: “Eu te chamei, eu sou o Senhor e
não há outro”. Somos eleitos para ir e testemunhar com nossa vida.
O mandato de Jesus aos seus discípulos: “Vão e levem a boa notícia a todas
as nações” é algo vivo e atual. Todos somos chamados e enviados em missão. O
cristão deve viver o evangelho e por isso tem a obrigação de ser missionário.
Paulo dizia: “Anunciar o evangelho não é motivo de glória, mas necessidade. Ai
de mim se não anunciá-lo” (1Cor 9,16). Que tipo de missionários somos? Como
vivemos esse mandato de Jesus?
O tema do mês missionário deste ano é: “Missão para libertar”. À medida
que nos aproximarmos dos pobres, dos que mais sofrem, dos excluídos, aliviarmos
as dores e manifestarmos solidariedade, estaremos vivendo o que Jesus pediu. Na
sinagoga de Nazaré, ele recordou a profecia de Isaías: “Enviou-me a proclamar a
libertação” (Lc 4,18). O papa Francisco tem insistido que quer uma Igreja pobre
para os pobres. Há tanta indiferença, egoísmo, acomodação, exploração; pessoas
traficadas como mercadoria, corrupção, busca desenfreada de poder, de estética
etc. Mas também há pessoas que se doam, prestam serviço, são verdadeiros
discípulos missionários. Somos convidados a fazer nossa parte. Se não vamos em
missão, podemos ajudar com nossa oração, nosso apoio e solidariedade. Nossa
oferta para as missões tem sentido e valor. Não devemos dar do que sobra, mas
daquilo que faz parte da vida. Manifestamos a Deus nossa gratidão por tanto que
nos dá, partilhando e ajudando no trabalho missionário em todas as partes do
mundo.
Pe. Camilo Pauletti
Diretor das
Pontifícias Obras Missionárias
Reflexão:
Pistas para a
reflexão:
I leitura: Ciro, rei
pagão, torna-se instrumento de salvação nas mãos de Deus.
II leitura: O tripé de
uma autêntica comunidade cristã é a fé, o amor e a esperança.
Evangelho: A autoridade
é responsável pelo bem-estar do povo, que a Deus pertence.
DOMINGO, 19 DE OUTUBRO DE 2014
Homilia do 29º
Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo
César não é Deus
“Dai a César o que é de César, e a Deus
o que é de Deus”: essa frase de Nosso Senhor, aparentemente simples, mudou toda
a história da humanidade. Desde os primeiros mártires da fé católica até os
difíceis dias de hoje, em que o Estado continua tentando subverter o poder
divino, o Evangelho recorda que “é preciso obedecer antes a Deus que aos
homens”. T
Liturgia de 19.10.2014 - 29º Domingo do Tempo Comum
Canal do Youtube
A Voz do Pastor - 29ª Domingo Comum - Domingo
19/10/2014
Canal do Youtube
Palavra de Vida Eterna | São Mateus 22, 15-21 - 19/10/2014
Canal do Youtube
Fundação Nazaré de Comunicação
Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Pai,
por reconhecer-te como centro de
minha vida,
ensina-me a submeter tudo a ti,
e a rejeitar o que pretende polarizar
minhas atenções.
HOMILIA
DAMOS A DEUS O
QUE É DE DEUS? Mt 22,15-21
Estamos na última semana da vida de Jesus. Ele
atua como mestre no pórtico de Salomão ao oriente da esplanada do templo. Seus
inimigos estão à espreita, para ver como apanhá-lo em suas palavras e por isso
propõem diversas questões, que eram discutidas na época, com o intuito de ver
seus conhecimentos e até de poder acusá-lo diante das autoridades por sua
discrepância da Lei, ou sua oposição às autoridades romanas. Um destes
episódios é o de hoje, Mestre, sabemos que o senhor é honesto, ensina a verdade
sobre a maneira de viver que Deus exige e não se importa com a opinião dos
outros, nem julga pela aparência. Então o que o senhor acha: é ou não é contra a
nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano?
É lícito significa se está de acordo com a lei. Pagar o tributo a César seria, segundo os zelotas e os fariseus, dar dinheiro a um representante de um deus pagão. Seria manter o princípio de propriedade do Estado Romano sobre terras que Jahvé-Deus tinha dado a Israel a título inalienável. Segundo os juristas romanos os indígenas tinham unicamente o usufruto das mesmas. Por isso a taxação era uma escravidão evidente segundo os radicais palestinos. Diante deste fato a resposta se fosse favorável aos romanos atrairia o desprezo do povo sobre Jesus. Mas se a resposta de Jesus fosse contrária ao pagamento do tributo, poderia ser causa suficiente para tratar Jesus como zelota e os herodianos acusá-lo-iam às autoridades, como realmente o fizeram, de impedir pagar tributo a César(Lc 23,2).
É lícito significa se está de acordo com a lei. Pagar o tributo a César seria, segundo os zelotas e os fariseus, dar dinheiro a um representante de um deus pagão. Seria manter o princípio de propriedade do Estado Romano sobre terras que Jahvé-Deus tinha dado a Israel a título inalienável. Segundo os juristas romanos os indígenas tinham unicamente o usufruto das mesmas. Por isso a taxação era uma escravidão evidente segundo os radicais palestinos. Diante deste fato a resposta se fosse favorável aos romanos atrairia o desprezo do povo sobre Jesus. Mas se a resposta de Jesus fosse contrária ao pagamento do tributo, poderia ser causa suficiente para tratar Jesus como zelota e os herodianos acusá-lo-iam às autoridades, como realmente o fizeram, de impedir pagar tributo a César(Lc 23,2).
Jesus pede a moeda onde estava escrita ao redor
da efígie do César: César Tibério, do divino Augusto filho, ele mesmo Augusto
Pontifice Máximo. A moeda estava cunhada em Roma, como todas as moedas em ouro
ou prata. Todos, tanto fariseus como herodianos, usavam a moeda o que era de
fato aceitar o domínio do César. A tradução mais exata da resposta de Jesus
seria: Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Sem dúvida que Jesus aponta para uma dívida que temos tanto com as autoridades civis como para com Deus:
Sem dúvida que Jesus aponta para uma dívida que temos tanto com as autoridades civis como para com Deus:
1º Ele estabelece uma clara distinção entre os
deveres cívicos e os religiosos, não confundindo as áreas, mas separando-as.
2º Toda autoridade da qual nos servimos, como se
serviam do denário os judeus, tem origem divina, como ele respondeu a Pilatos:
Nenhuma autoridade terias sobre mim se de cima não te fosse dada(Jo19,11).
Deus quer ser representado na autoridade do
homem, como diz Paulo, independentemente dessa autoridade ser boa ou má. Em Rm
3,1 afirma: Não há autoridade que não proceda de Deus e as autoridades que
existem foram por Ele instauradas.
No mundo moderno não interrogamos Jesus sobre o
tributo a César, mas interrogamos a Igreja sobre o Jesus que está mostrando ao
mundo: O homem oprimido tem substituído a mensagem evangélica sobre o
verdadeiro Jesus, Filho de Deus, Redentor e Salvador. Do evangelho tomamos
unicamente a mensagem sobre a justiça e igualdade; e a fé, fundamento da vida
cristã fica diluída em termos humanos. O homem substitui o Deus encarnado.
Em Jesus queremos ver um revolucionário, e na revolução um remédio universal, uma redenção necessária embora dolorosa. Portanto devemos favorecê-la e acompanhá-la com ilusão e até propagá-la como remédio dos males modernos. Da frase eu vim evangelizar os pobres reduzimos o evangelho a uma simples conclusão de semelhante afirmação. O resto da boa noticia não interessa.
Em Jesus queremos ver um revolucionário, e na revolução um remédio universal, uma redenção necessária embora dolorosa. Portanto devemos favorecê-la e acompanhá-la com ilusão e até propagá-la como remédio dos males modernos. Da frase eu vim evangelizar os pobres reduzimos o evangelho a uma simples conclusão de semelhante afirmação. O resto da boa noticia não interessa.
É por isso que os milagres de Jesus ou são
silenciados ou são negados e entre eles a Ressurreição. A vida eterna do
evangelho é traduzida como vida melhor na terra por um repartimento mais justo
das riquezas. O natural é substituído pelo natural o pão de cada dia desloca o
Pão Eucarístico necessário para a verdadeira vida. A política tem tomado o lugar
da religião. Damos a César o que é de César; mas não damos a Deus o que é de
Deus, embora esse Deus moderno seja o Grande Arquiteto que anula o Cristo do
qual temos recebido o nome. A fé se reduz a uma idéia mais conforme com a
Filosofia natural do que com a os versículos dos evangelhos.
Temos que nos perguntar se damos a Deus o que é
de Deus. Porque, embora sabendo que Ele é o verdadeiro Senhor de nossas vidas
muitas vezes O temos relegado a um segundo termo quando nos declaramos
independentes ou buscamos nosso próprio bem no lugar da vontade que é absoluta
no céu e que deveria ser também soberana na terra, como rezamos no Pai Nosso.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
HOMILIA
Um bom cristão deve ser sempre um bom cidadão
Um bom cristão deve ser
sempre um bom cidadão, consciente e responsável pelos seus deveres e tarefas no
mundo presente. Não basta dizer que ama Deus se ele não cumpre com os deveres e
as obrigações para com a sociedade!
“Dai pois a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22, 21).
A Palavra de Deus,
enviada hoje aos nossos corações, é um convite para refletirmos sobre o nosso
papel diante de Deus, diante do mundo e da sociedade em que vivemos. Nós temos
uma dupla responsabilidade neste mundo, a primeira delas é para com Deus e com
as nossas obrigações religiosas. O nosso modo de viver a nossa religião deve
resplandecer no mundo e na sociedade onde estamos presentes e onde estamos
inseridos. Não podemos ser uma coisa aqui e outra ali.
Primeiramente viver bem a nossa religião, dar a Deus o que é de Deus é,
acima de tudo, procurar viver o Cristianismo, a nossa fé e as nossas convicções
com seriedade. O que devemos dar a Deus? Primeiro: o nosso culto, a nossa
adoração, o nosso louvor e o nosso amor, tudo em nós deve estar direcionado para
Aquele que nos criou. Não podemos colocar ninguém no lugar de Deus nem podemos amar
alguém ou qualquer outra coisa mais do que a Ele!
Deus é nosso primeiro amor, o amor supremo do nosso coração, Ele deve estar
sempre em primeiro lugar. Deste modo, não levamos de qualquer jeito os nossos
compromissos e as nossas responsabilidades religiosas. Participamos e vivemos
bem o Dia do Senhor indo à Santa Missa, cumprindo com a nossa responsabilidade
cristã, pagando o dízimo na nossa comunidade, ajudando na comunidade religiosa
da qual participamos, enfim, levando uma vida na qual priorizamos a Deus.
A oração, em primeiro lugar, é aquele tempo só para Deus. No entanto,
quando amamos a Deus e O colocamos em primeiro lugar não podemos nos esquecer
das nossas responsabilidades sociais no nosso lugar na sociedade e no mundo em
que vivemos.
Um bom cristão deve ser
sempre um bom cidadão, consciente e responsável pelos seus deveres e tarefas no
mundo presente. Primeiramente, os cristãos respeitam as leis, obedecem-nas –
obedecer às leis não significa sempre concordar com elas – devem, sobretudo,
combater as leis injustas, mas, sem, contudo, deixar de ser responsáveis.
Um bom cristão vota de forma consciente, não se omite, se faz presente,
luta pela transformação do mundo e da sociedade onde vive. Um bom cristão paga
seus impostos, sim, por mais pesados que sejam ao bolso. Você pode até lutar
por impostos mais justos, por uma sociedade mais justa, por governantes que
governem com seriedade, mas sem deixar de cumprir com os seus deveres e suas
responsabilidades.
Não basta dizer que amamos Deus se não cumprimos com os nossos deveres e
com as nossas obrigações para com a sociedade! Ser de Deus é ser fermento, é
ser sal, ser luz no mundo, sendo exemplo e referência no cumprimento
dos deveres e das obrigações.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE
Mt 22,15-21 - A Deus o que é de Deus! Dia Mundial das MIssões
Preparo-me para a Leitura Orante,
rezando:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
Preparo-me para a Leitura rezando ao
Espírito com todos os que se encontram neste espaço:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus
pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre e
compreenda o seu Evangelho.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Leio na Bíblia, atentamente, o texto Mt
22,15-21.
Os fariseus saíram
e fizeram um plano para conseguir alguma prova contra Jesus. Então mandaram que
alguns dos seus seguidores e alguns membros do partido de Herodes fossem dizer
a Jesus:
- Mestre, sabemos que o senhor é honesto, ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige e não se importa com a opinião dos outros, nem julga pela aparência. Então o que o senhor acha: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano?
Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu:
- Hipócritas! Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam a moeda com que se paga o imposto!
Trouxeram a moeda, e ele perguntou:
- De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda?
Eles responderam:
- São do Imperador.
Então Jesus disse:
- Deem ao Imperador o que é do Imperador e deem a Deus o que é de Deus.
A pergunta dos seguidores de Herodes é maliciosa. Tenta confundir Jesus. Trata-se, na verdade, de um jogo político. Pode ter conotação religiosa porque na moeda estava inscrito: "Tiberius Caesar divi Augusti filius Augustus". Jesus utiliza uma estratégia muito hábil, referindo-se à moeda. Com sua resposta revela a má intenção e a hipocrisia dos fariseus. Se eles reconhecem como legal a moeda, hão de concordar com o que nela está escrito: "A Deus o que é de Deus". O Mestre Jesus Cristo veios restabelecer a ordem de valores. Acima de qualquer poder político ou econômico está o poder de Deus.
- Mestre, sabemos que o senhor é honesto, ensina a verdade sobre a maneira de viver que Deus exige e não se importa com a opinião dos outros, nem julga pela aparência. Então o que o senhor acha: é ou não é contra a nossa Lei pagar impostos ao Imperador romano?
Mas Jesus percebeu a malícia deles e respondeu:
- Hipócritas! Por que é que vocês estão procurando uma prova contra mim? Tragam a moeda com que se paga o imposto!
Trouxeram a moeda, e ele perguntou:
- De quem são o nome e a cara que estão gravados nesta moeda?
Eles responderam:
- São do Imperador.
Então Jesus disse:
- Deem ao Imperador o que é do Imperador e deem a Deus o que é de Deus.
A pergunta dos seguidores de Herodes é maliciosa. Tenta confundir Jesus. Trata-se, na verdade, de um jogo político. Pode ter conotação religiosa porque na moeda estava inscrito: "Tiberius Caesar divi Augusti filius Augustus". Jesus utiliza uma estratégia muito hábil, referindo-se à moeda. Com sua resposta revela a má intenção e a hipocrisia dos fariseus. Se eles reconhecem como legal a moeda, hão de concordar com o que nela está escrito: "A Deus o que é de Deus". O Mestre Jesus Cristo veios restabelecer a ordem de valores. Acima de qualquer poder político ou econômico está o poder de Deus.
2. Meditação
(Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual lugar Deus
ocupa na minha vida?
Faço uma lista a partir das prioridades da minha vida.
Assim,
1o. lugar: ................................;
1o. lugar: ................................;
2o. lugar:
...............................;
3o.lugar:
.................................
Onde está Deus? Se
não estiver no 1o. lugar, e presente em todos os outros momentos, alguma coisa está
errada e deve ser revista.
Jesus não se deixou
enganar. Quem coloca Deus e o imperador no mesmo nível, engana-se.
A resposta de Jesus "Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus" colocou os pingos nos "is". Não era mal pagar o tributo ou os impostos, mas a Deus também se deve a adoração e o reconhecimento de seu lugar, Senhor de todas as criaturas.
Os bispos, em Aparecida, recordaram:
A resposta de Jesus "Dêem ao Imperador o que é do Imperador e dêem a Deus o que é de Deus" colocou os pingos nos "is". Não era mal pagar o tributo ou os impostos, mas a Deus também se deve a adoração e o reconhecimento de seu lugar, Senhor de todas as criaturas.
Os bispos, em Aparecida, recordaram:
"A importância única e
insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade, consiste em que
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. “Se não conhecemos a Deus em
Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um enigma indecifrável; não há
caminho e, ao não haver caminho, não há vida nem verdade”, disse Bento XVI. No
clima cultural relativista que nos circunda, onde é aceita só uma religião
natural, faz-se sempre mais importante e urgente estabelecer e fazer amadurecer
em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo, o Deus de rosto humano, é
nosso verdadeiro e único salvador." (DAp 22).
3.Oração (Vida)
O que o texto me
leva a dizer a Deus?
Rezo,
espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com
toda Igreja a
Oração do Mês
Missionário
Pai de Bondade,
nós te agradecemos
pelo teu Filho Jesus
enviado para dar
vida plena a toda criatura.
Dá-nos teu Espírito
para que, libertos do egoísmo e do medo,
lutemos com coragem
contra toda forma de escravidão.
Como Igreja
missionária, renovamos nosso compromisso
de anunciar o
Evangelho em toda parte.
E, com intercessão
de Maria, alcançar a libertação prometida. Amém
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para reconhecer o lugar de Deus acima de tudo na minha vida.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Meu novo olhar é para reconhecer o lugar de Deus acima de tudo na minha vida.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Leia Mensagem para o 88º Dia Mundial das Missões
no blog: http://comunicacatequese.blogspot.com/
patricia.silva@paulinas.com.br
Leia Mensagem para o 88º Dia Mundial das Missões
no blog: http://comunicacatequese.blogspot.com/
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a
discernir entre o essencial e o acidental. Ajuda-nos a procurar o teu Reino de
Amor e, depois de encontrado, a trabalharmos para adquiri-lo, desprezando as
muitas coisas, ninharias sem valor que antes tanto nos seduziam. Pelo Cristo
Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
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