ANO B
Jo 1,35-42
Comentário
do Evangelho
Jesus
chama à comunhão com Ele no seguimento
Deus fala ao ser
humano e sua voz pode ser ouvida e reconhecida. Deus chama Samuel; Jesus, os
seus discípulos. A voz que fala em nós precisa ser discernida, para que a voz
de Deus não se confunda com outras tantas vozes que falam em nosso interior. Do
ser humano é requerida abertura do coração para deixar Deus falar e para
escutar a sua voz. Confiado por sua mãe ao sacerdote Eli, Samuel cresceu no
Templo do Senhor. Eli ensinou Samuel a reconhecer a voz do Senhor e a se dispor
generosamente a escutá-lo. Para isso, é preciso fazer calar toda fantasia e
barulho interno. Sob a orientação de Eli, Samuel pôde se abrir à graça da
presença de Deus: “Fala que teu servo escuta!”. Diante de sua disposição,
abre-se para ele um verdadeiro caminho de serviço a Deus. No evangelho, é Jesus
quem chama e convida à comunhão com ele no seu seguimento: “vinde e vede”. João
Batista não era um asceta itinerante; ele continuava em Bethabara, do outro
lado do Jordão, lugar em que ministrava um batismo provisório para a conversão,
tendo em vista a vinda do Messias (cf. Jo 1,28). Somente o evangelho de João
informa ao leitor de que discípulos de João Batista se tornaram discípulos de
Jesus. Nisso também se mostra que a missão do Batista estava orientada para o
Messias. Uma das características do quarto evangelho é a corrente de
testemunhas que, no trecho de hoje, tem sua origem no testemunho de João
Batista sobre Jesus. João aponta para Jesus nomeando-o com um título
soteriológico: “cordeiro de Deus”. Com isso, deixa livre os seus discípulos
para irem atrás de Jesus. Os dois discípulos, um dos quais o leitor não conhece
o nome, aceitam o convite de Jesus, de conhecerem não um lugar, mas a relação
que une o Pai e o Filho. Tendo aceitado o convite, eles decidem “permanecer”
com o Senhor, isto é, viver em comunhão com o Senhor. A nomeação de André,
irmão de Simão Pedro, prepara o encontro deste com Jesus, encontro que mudará
profundamente a orientação da sua vida. Foi André quem apresentou seu irmão a
Jesus. O outro discípulo, no entanto, como dissemos, permanece anônimo,
sugerindo que o leitor se identifique com ele e deseje,
como ele, conhecer e viver com Jesus. A vida cristã se exprime nesse desejo
contínuo de “permanecer” com Jesus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Jesus,
Mestre Divino, que chamastes os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar
pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas, e continuai
a repetir o convite a muitos jovens. Daí coragem aos convidados, forças para
que vos sejam fiéis, como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e
religiosas, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.
Vivendo a Palavra
João, o apóstolo evangelista, recorda
com carinho o dia em que conheceu Jesus. ‘Eram mais ou menos quatro horas da
tarde...’ Quando foi o ‘nosso’ encontro com o Mestre? O encantamento pela
descoberta da Vida Nova em Cristo permanece em nós, ou, como a semente que
brotou em meio aos espinhos, vai se perdendo com o tempo?
Comentário
do Evangelho
VINDE E VEDE!
O modo como se dava o
discipulado de Jesus era muito distinto daquele dos rabinos. Na tradição
rabínica, o discípulo escolhia seu mestre e por este era instruído na arte de
interpretar as Escrituras. Esta atividade de caráter intelectual desenvolvia-se
numa escola onde o mestre distinguia-se pela excelência do saber e o discípulo,
pelo desejo de conhecer.
O método adotado por
Jesus consistia na transmissão de um modo de ser, mais do que uma ciência. Os
discípulos não estavam confinados numa escola, mas se colocavam no seguimento
do Mestre e aprendiam, ouvindo suas palavras e presenciando o que ele fazia em
favor do povo. Este aprendizado existencial ia transformando a vida do
discípulo, num processo paulatino de assimilação de tudo que o Mestre
realizava.
O discipulado, neste
caso, consistia num duplo movimento. "Vinde" indicava que o
discipulado se dava pela iniciativa de Jesus que convocava para o seu
seguimento. Era ele quem chamava. Cabia ao discípulo aceitar o convite.
"Vede" supunha concentrar a atenção na pessoa de Jesus para captar os
valores que regiam sua ação e deixar-se moldar por eles.
Os primeiros
discípulos aceitaram o convite de Jesus, ficaram fascinados por ele, e saíram
para partilhar com os irmãos a experiência deste encontro transformador. Quem
quiser se fazer discípulo do Senhor deverá trilhar o mesmo caminho.
Oração
Senhor
Jesus, tu me chamaste para seguir-te. Faze de mim um discípulo autêntico, e que
minha vida se espelhe na tua.
(O
comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em
Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Deus
eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as
preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo.
Homilia do 2º
Domingo Comum (18.01.2015)
Pe. Luiz
Carlos de Oliveira
Redentorista
“ESCUTEMOS O SENHOR!”
Discernir a voz do Senhor
O
segundo domingo do Tempo Comum é especial. É como uma ponte entre o Tempo do
Natal e o Tempo Comum, pois está na perspectiva da Manifestação do Senhor e na
Manifestação de Jesus em sua Missão. É o momento de chamar para o Reino e
reunir discípulos.
Samuel
recebeu o chamado de Deus para a missão profética. Sua resposta “Fala, Senhor,
que vosso servo escuta”, discernida na simplicidade de um adolescente,
ensina-nos a estar atentos aos chamados de Deus.
Jesus
chama os primeiros discípulos, convidando-os a estar com Ele, onde mora.
Disseram: “Mestre, onde moras?”. “Vinde e vede”, disse Jesus.
Eles
foram e permaneceram com Ele. Estar com Jesus é o caminho para o discernimento
da vontade de Deus e para darmos a resposta positiva. Vocação, seja para o que
for, se não partir do encontro com Jesus, não tem autenticidade.
A
resposta, nós a vivemos em um corpo que é santuário de Deus como nos escreve
Paulo. Deus não dispensa nossa condição humana.
É
nela que nos encontramos com Ele, realizamos sua vontade e seu projeto e
comunicamos aos outros o que ouvimos do Senhor. A Eucaristia que celebramos é
um momento de chamada e de resposta às propostas de Deus para nossa vida.
Ele
nos chama pelo nome. O discernimento se faz dentro de uma comunidade, pois é
nela que entramos pelo batismo. Por isso, nesse corpo eclesial é que podemos
dar as respostas, pois os dons que Deus nos dá são em vista de todo o Corpo de
Cristo, a comunidade. Vocação não é satisfazer um desejo, mas dispor-se a uma
entrega.
Responder prontamente
O
modelo de resposta é Jesus, como rezamos no salmo: “Com prazer faço a vossa
vontade” (Sl 39,9).
Samuel
e os discípulos ouviram o chamado e seguiram. Este é o sacrifício pelo qual
agradamos a Deus. Fazer nossa vontade é muito bom, desde que esteja unida à
vontade de Deus.
Responder
prontamente é sinal claro de estar em sintonia com a vontade de Deus e tê-Lo
como a razão de nossa vida. A vontade de Deus não é uma imposição que cria em
nós uma marca.
Ela,
respeitando nossas condições pessoais, nos encaminha à experiência com Jesus,
pois só Nele podemos conhecer o Pai. Estando unidos a Jesus realizamos esse
projeto mesmo com riscos.
Desse
modo poderemos discernir e responder prontamente. Não impomos condições a Deus,
mas aceitamos as condições que Jesus aceitou.
Dela
decorre ir até o extremo da doação. Assim entendemos a força dos mártires, a
ousadia dos missionários e a força dedicação dos misericordiosos.
Partilhar a descoberta
“Samuel
não deixava cair por terra nenhuma das palavras do Senhor” (1Sm 3,9). Os discípulos
seguiram Jesus e logo foram comunicar a Simão Pedro: “Encontramos o Messias.
Então André conduziu Simão a Jesus” (Jo 1,41-42). O sinal de que encontramos e
seguimos a Palavra de Deus é comunicá-la.
“Toda
a vez que celebramos o esta sacrifício da Eucaristia, torna-se presente a nossa
redenção” (Oferendas). A celebração não é só uma memória do passado. Por isso
ela é uma chamada constante ao seguimento de Jesus em sua missão.
A
liturgia da Palavra espera de nós a atitude de Samuel: “Fala, Senhor, que teu
servo escuta” (1 Sm 3,10). Iniciando o Tempo Comum, recebemos a missão de
conhecer o Senhor e fazê-Lo conhecido. Não é só no silêncio que ouvimos o
Senhor. É também no mundo em chamas que o Senhor fala.
Leituras: 1Samuel 3,3b-10.19; Salmo l39; 1Coríntios
6,13c-15a.17-20; João 1,35-42
Ficha nº 1406 - Homilia do 2º Domingo Comum (18.01.2015)
O
2° Domingo Comum é uma ponte entre Natal e Tempo Comum. É a manifestação do
Senhor em sua missão. É o momento de convocar para o Reino.
Samuel
nos ensina a responder. Somos chamados a estar com Ele. Assim poderemos
discernir a vontade de Deus. Deus não dispensa a condição humana. Respondemos
dentro na comunidade.
Vocação
é entrega. Jesus dá o modelo da resposta: Com prazer faço a vossa vontade. Este
é o sacrifício. Só em Jesus podemos conhecer o Pai.
Não
impomos condições a Deus, mas aceitamos as condições que Jesus aceitou.
Samuel e os discípulos anunciaram. O sinal de que encontramos e seguimos a
Palavra de Deus é comunicá-la. A celebração é uma constante chamada ao
seguimento de Jesus em sua missão. Ouvimos Deus no silêncio e no mundo em
chamas.
Curiosidade tem preço
Continuamos
a acolher a manifestação de Deus em Jesus. Agora no momento em que começa a
chamar os primeiros discípulos. No Antigo Testamento escolheu Samuel.
Agora
escolhe aqueles que o seguirão e continuação sua missão. Jesus estava
passando e João O apresentou a dois de seus discípulos: Eis o Cordeiro de Deus,
aquele que tira o pecado do mundo.
Os
dois o seguiram. Jesus lhes pergunta: “O que estais procurando?” Responderam:
“Mestre, onde moras?” Eles foram e passaram o dia com Ele.
A
primeira exigência para ser discípulo de Jesus e ser anunciador, é ter a
experiência de ter vivido com Ele. Ao querer saber onde Jesus morava, mostraram
interesse de estar com Ele. Valeu a curiosidade.
Ganharam
mais que procuraram. A descoberta foi tão boa que logo levaram a Pedro e o
levaram a Jesus. Quando não levamos Jesus aos outros foi porque não O
encontramos. Seguindo-O faremos a vontade do Pai.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 18 DE JANEIRO – DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
18 de janeiro – 2º domingo do tempo comum
Por
I. Introdução geral
No Brasil, a festa do
Batismo do Senhor, encerramento do tempo natalino, substitui o primeiro domingo
do tempo comum, de modo que este começa com o segundo domingo. A espinha dorsal
da liturgia da Palavra nos domingos do tempo comum é a leitura contínua do
evangelho do ano (no caso, Marcos), e os textos evangélicos são ilustrados, na
1ª leitura, por episódios do Antigo Testamento. A 2ª leitura não se integra
nesse sistema e recebe sua temática, de modo independente, da leitura
semicontínua das cartas do Novo Testamento (hoje, a questão da fornicação em
Corinto).
A leitura evangélica
está em continuidade com a do Batismo do Senhor. Narra a vocação dos primeiros
discípulos de Jesus. Ora, como o evangelho do ano, Marcos, é mais breve que os
outros, a liturgia de hoje abre espaço para o Evangelho de João (normalmente
lido só na Quaresma e no tempo pascal). De acordo com o Quarto Evangelho, João
Batista encaminha dois de seus discípulos para Jesus, apontando-o como o
Cordeiro de Deus. E, quando vão em busca de Jesus, este lhes responde com o
misterioso: “Vinde e vede”. A liturgia combina com esse texto a vocação de
Samuel, na 1ª leitura. As duas vocações, porém, são diferentes. No caso de
Samuel, trata-se da vocação específica do profeta; no episódio dos discípulos
de Jesus, trata-se da vocação de discípulos para integrar a comunidade dos
seguidores. São chamados, antes de tudo, a “vir” até Jesus para “ver” e a
“permanecer/morar” com ele. Daí se inicia um processo de “vocação em cadeia”.
Os que foram encaminhados pelo Batista até Jesus chamam outros (“André… foi
encontrar seu irmão…”). Nessa dinâmica global da vocação cristã se situam as
vocações específicas, como a de Simão, que, ao aderir a Cristo, é transformado
em pedra de arrimo da comunidade cristã.
II. Comentário dos
textos bíblicos
1. I leitura (1Sm
3,3b-10.19)
Desde seu nascimento,
o profeta Samuel fora dedicado ao serviço de Deus no santuário de Silo, em
agradecimento pelo favor que Deus demonstrara a Ana, sua mãe estéril (cf. 1Sm
1,21-28). Mas o serviço no santuário não esgotou sua missão. Antes que Samuel fosse
capaz de o entender, Deus o chamou para a missão de profeta. A vocação de Deus,
porém, não é coisa evidente. Descobre-se pouco a pouco. Três vezes Samuel ouve
a voz, pensando ser a voz do sacerdote Eli. Este faz Samuel entender que é a
voz do Senhor; então, quando ouve novamente o chamado, ele responde: “Fala, teu
servo escuta”. Escutar é a primeira tarefa do porta-voz de Deus.
2. Evangelho (Jo
1,35-42)
Como dissemos, o
evangelho é tomado de João, no episódio do testemunho do Batista: a vocação dos
primeiros discípulos. João Batista encaminha seus discípulos a se tornar
discípulos de Jesus (o tema volta em Jo 3,22-30). À busca desses discípulos
corresponde um convite de Jesus para que eles venham ver e permaneçam com ele
(Jo 1,35-39). E a partir daí segue uma reação em cadeia (1,41.45).
Temos aqui a
apresentação tipicamente joanina da busca do Salvador. Nos outros evangelhos,
Jesus se apresenta anunciando a irrupção do Reino de Deus. Em João, ele é a
resposta de Deus à busca do ser humano, assim como o Antigo Testamento diz que
a Sabedoria se deixa encontrar pelos que a buscam (cf. Sb 6,14). Devemos buscar
o encontro com Deus no momento oportuno, enquanto se deixa encontrar (Is 55,6).
“Vinde ver…” é a resposta misteriosa de Jesus à busca dos discípulos que o
Batista encaminhou para ele, apontando-o como o “Cordeiro de Deus”.
Descobrimos, portanto, atrás da cena narrada no evangelho (Jo 1,35-39), toda
uma meditação sobre o encontro com Deus em Jesus Cristo, revelação de Deus que
supera a Sabedoria do Antigo Testamento.
Pelo testemunho do
Batista, os que buscavam o Deus da salvação o vislumbraram no Cordeiro de Deus,
o Homem das Dores. Querem saber onde é sua morada (o leitor já sabe que sua
morada é no Pai; cf. Jo 14,1-6). Jesus convida a “vir e ver”. “Vir” significa o
passo da fé (cf. 6,35.37.44.45.65; também 3,20-21 etc.). “Ver” é termo
polivalente, que, no seu sentido mais tipicamente joanino, significa a visão da
fé (cf. sobretudo Jo 9). Finalmente, os discípulos “permanecem/demoram-se” com
ele (“permanecer” ou “morar” expressa, muitas vezes, a união vital permanente
com Jesus; cf. Jo 15,1ss). Os que foram à procura do mistério do Salvador e
Revelador acabaram sendo convidados e iniciados por ele.
Um encontro como este
transborda. Leva a contagiar os outros que estão na mesma busca. André, um dos
dois que encontraram o procurado, vai chamar seu irmão Simão para partilhar sua
descoberta (v. 41: “Encontramos!”). Simão se deixa conduzir até o Senhor, que
logo transforma seu nome em Cefas (rocha, “Pedro”), dando-lhe nova identidade.
Na continuação do episódio (1,45), encontramos mais uma semelhante “reação em
cadeia”. Como o Batista apresentou seus discípulos a Jesus, em seguida os
discípulos procuraram outros candidatos. Estes traços da narrativa podem aludir
à Igreja das origens, consciente de que o “movimento de Jesus” teve suas
origens no “movimento do Batista” e de que, nas gerações futuras, os fiéis já
não seriam chamados por Jesus mesmo, mas por seus irmãos na fé.
3. II leitura (1Cor
6,13c-15a.17-20)
Como foi dito na
introdução, a temática da 2ª leitura não é estabelecida em função das duas
outras leituras. Paulo trata da mentalidade da comunidade de Corinto,
influenciada por certo libertinismo. Liberdade, sim, libertinagem, não, é o
teor de sua reação. “Tudo é permitido”, dizem certos cristãos de Corinto, e
Paulo responde: “Mas nem tudo faz bem” (6,12). Quem se torna escravo de uma
criatura comete idolatria: assim se dá com quem se vicia nos prazeres do corpo.
O ser humano não é feito para o corpo, mas o corpo para o ser humano, e este para
Deus: seu corpo é habitação, templo de Deus, e serve para glorificá-lo.
A oposição de Paulo à
libertinagem sexual não se deve ao desprezo do corpo, mas à estima que ele lhe
dedica. O corpo não fica alheio ao enlevo do espírito, antes o sustenta e dele
participa; por isso, qualquer ligação vulgar avilta a pessoa toda. O ser humano
todo, também o corpo, é habitáculo do Espírito Santo. A pessoa deve ser
governada para este fim do ser humano integral, membro de Cristo, e não
subordinada às finalidades particulares do corpo. Absolutizar os prazeres
corporais é idolatria, e esta é uma mensagem que precisa ser destacada no
contexto de nossa “civilização”.
III. Dicas para
reflexão
Segundo o Evangelho
de João, foi dentre os discípulos do Batista que surgiram os primeiros
seguidores de Jesus. O próprio Batista incentivou dois de seus discípulos a
seguir Jesus, “o Cordeiro que tira o pecado do mundo”. Enquanto se põem a
segui-lo, procurando seu paradeiro, Jesus mesmo lhes dirige a palavra: “Que
procurais?” – “Mestre, onde moras?”, respondem. E Jesus convida: “Vinde e
vede”. Descobrir o Mestre e poder ficar com ele os empolga tanto, que um dos
dois, André, logo vai chamar seu irmão Pedro para entrar nessa companhia
também. E no dia seguinte Filipe (o outro dos dois?) chama Natanael a integrar
o grupo. A 1ª leitura aproxima disso o que ocorreu, mil anos antes, ao jovem
Samuel, “coroinha” do sacerdote Eli no templo de Silo. Deus o estava chamando,
mas ele pensava que fosse o sacerdote. Só na terceira vez o sacerdote lhe
ensinou que quem chamava era Deus mesmo. Então respondeu: “Fala, Senhor, teu
servo escuta”.
“Vocação” é um
diálogo entre Deus e a gente – geralmente por meio de algum intermediário
humano. A pessoa não decide por si mesma como vai servir a Deus. Tem de ouvir,
escutar, meditar. Que vocação? Para que serviço Deus ou Jesus nos chamam? Logo
se pensa em vocação específica para padre ou para a vida religiosa. Mas antes
disso existe a vocação cristã geral, a vocação para os diversos caminhos da
vida, conduzida pelo Espírito de Deus e da qual Cristo é o portador e
dispensador. Essa vocação cristã realiza-se no casamento, na vida profissional,
na política, na cultura etc. Seja qual for o caminho, importa ver se nele
seguimos o chamado de Deus e não algum projeto concebido em função de nossos
próprios interesses.
O convite de Deus
pode ser muito discreto. Talvez esteja escondido em algum fato da vida, na
palavra de um amigo… ou de um inimigo! Ou simplesmente nos talentos que Deus
nos deu. De nossa parte, haja disposição positiva. Importa estar atentos. Os
discípulos estavam à procura. Quem não procura pode não perceber o discreto
chamamento de Deus. A disponibilidade para a vocação mostra-se na atenção e na
concentração. Numa vida dispersiva, a vocação não se percebe. E importa também
expressar nossa disponibilidade na oração: “Senhor, onde moras? Fala, Senhor,
teu servo escuta”. Sem a oração, a vocação não tem vez.
Finalmente, para que
a vocação seja “cristã”, é preciso que Cristo esteja no meio. Há os que
confundem vocação com dar satisfação aos pais ou alcançar um posto na poderosa
e supostamente segura instituição que é a Igreja. Isso não é vocação de Cristo.
Para saber se é realmente Cristo que está chamando, precisamos de muito
discernimento, essencial para distinguir sua voz nas pessoas e nos fatos por
meio dos quais ele fala.
18 de janeiro: 2º
Domingo do Tempo Comum
O QUE ESTAMOS
PROCURANDO?
A vocação é o chamado que Deus faz a cada um de nós para realizar uma
missão. E realizar a própria missão, responder ao chamado de Deus, é dar
sentido à própria vida.
Deus nos chama a cada instante, servindo-se de pessoas e situações.
Quantos Batistas e quantos Andrés, com a própria vida, já nos apontaram Jesus e
os valores do reino… Mas, ainda que a resposta ao chamado de Deus passe pelos
irmãos, pela comunidade de fé, é a experiência pessoal com Jesus que nos revela
a nós mesmos, como filhos amados e vocacionados a amar.
O evangelho nos mostra que, para realizar-se verdadeiramente, para
abrir-se ao chamado de Deus, o caminho é“ir” e “ver” onde
Jesus mora e então “permanecer” com ele.
Permanecer com Jesus é conhecê-lo melhor a cada dia, é morar onde ele
mora. Jesus era mestre itinerante, sem moradia fixa. E como seu ser e seu agir
são uma só coisa, ele pode ser encontrado hoje em vários gestos. Ele é o pão, e
está nas ações que alimentam a vida. Ele é a luz, e está nos caminhos que se
iluminam. Ele é a porta, e está na liberdade das relações fraternas. Ele é o
bom pastor que conduz, é a videira à qual estamos ligados como ramos. Ele é o
verdadeiro caminho para a vida, o Filho de Deus, Mestre e Senhor, nossa
ressurreição e nossa vida…
Não é tão difícil saber onde Jesus mora hoje. Desafio maior é
permanecer com ele, sabendo o que de fato buscamos nesta vida. Quem permanece
com Jesus é instrumento para que outros também cheguem ao Mestre, o conheçam e
permaneçam com ele.
Nossa vida, nossas ações, têm testemunhado aos outros a alegria do
encontro com Jesus? Temos ajudado outras pessoas a encontrar aquele que chama e
dá sentido à vida?
Pe. Paulo Bazaglia,
SSP
Reflexão:
É o primeiro apelo vocacional do
quarto evangelho. João Batista aponta o “Cordeiro de Deus” a dois de seus
discípulos, aos quais Jesus pergunta: “O que vocês estão procurando?”. Esta é a
questão sobre a qual todo cristão, ou cristã, deve seriamente refletir: o que
estou de fato buscando? Por que quero ser cristão, agente de pastoral,
consagrado/a, sacerdote? Os dois discípulos fazem breve estágio convivendo com
Jesus. Provavelmente ficam edificados e satisfeitos, pois ao sair dali, André
vai chamar seu irmão Simão, para quem Jesus já tem um plano: “Você é Simão,
filho de João, e será chamado de Cefas” (que quer dizer Pedro). Certamente
André deu testemunho a respeito de Jesus a muitas outras pessoas. É o
testemunho que provoca o desejo de conhecer Jesus e de estabelecer comunhão com
ele.
Extraído do livro:
Dia a dia com o
Evangelho 2015: Texto e comentário – Ano B – São Marcos.
Autor: Padre Luiz
Miguel Duarte.
DOMINGO, 18 DE JANEIRO DE 2015
A experiência de Deus
Na narrativa do Evangelho deste
domingo, é apresentada a semana inaugural do ministério público de Jesus, que
deve culminar nas Bodas de Caná. São João Batista está outra vez com seus
discípulos e, vendo Jesus passar, diz: "Eis o Cordeiro de Deus!" O
profeta já havia testemunhado sua fé, como conta o evangelista em passagens
anteriores. Às suas palavras, os discípulos João e André respondem colocando-se
imediatamente no seguimento de Jesus. Eles o interrogam: "Rabi (que quer
dizer: Mestre), onde moras?" E Ele lhes diz: "Vinde ver."
O evangelista São João descreve o seu
primeiro encontro com Jesus, a primeira experiência de Deus. Comentando essa
passagem, Santo Tomás de Aquino faz-nos enxergar a importância do testemunho de
São João Batista para o encontro de seus dois discípulos com Jesus [1].
Diferentemente dos apóstolos e de Cristo, João Batista não tem sinais e
milagres que confirmem sua pregação. O que dá respaldo às suas palavras é tão
somente a santidade de vida. Ele arrastava multidões com o exemplo. Por isso,
não o vemos nas narrativas evangélicas pregando em outras cidades. Isso seria
inoportuno, explica Santo Tomás de Aquino. Por não ter sinais, convinha-lhe um
ministério discreto e silencioso. As pessoas é que iam buscá-lo. Aqui, Santo
Tomás de Aquino revela-nos o belo contraste entre a evangelização dos padres e
a dos leigos. Os sacerdotes, quando pregam, estão acompanhados pelos sinais dos
sacramentos. Têm milagres. Os leigos, por sua vez, profetizam com a própria
vida, assim como João Batista. É a sua experiência de Deus o milagre para a
vida dos outros.
A pregação de João Batista tem ainda
uma outra particularidade, se comparada à dos profetas do Antigo Testamento e à
dos apóstolos: Ele fala sobre o presente. No Antigo Testamento, os profetas falavam
sobre as promessas futuras, ao passo que os apóstolos, na Nova Aliança, falavam
sobre o que já havia acontecido. João Batista encontra-se no meio desses dois
pólos. Fala agora: "Eis o Cordeiro de Deus!" Apresenta algo
admirável, porque se trata de um cordeiro que, morrendo, mata o leão. Como o
pai da noiva a conduz ao noivo, João Batista faz as vezes de paraninfo, diz
Santo Tomás, levando-nos como Igreja até o esposo Jesus.
Se, seguindo as observações de Santo
Tomás, observarmos os vários níveis de interpretação das Sagradas Escrituras,
encontraremos toda a riqueza do Evangelho deste domingo. No sentido literal,
vemos os discípulos perguntarem a Jesus: "Rabi, onde moras?" Não se
trata de uma simples curiosidade. Eles, de fato, queriam estar ao lado de
Jesus. O sentido alegórico, além disso, recordá-nos que a casa de Deus é o céu
e que, somente através de uma adesão verdadeira aos seus ensinamentos,
poderemos encontrá-lo. Os discípulos queriam que Jesus os conduzissem ao céu.
E, por último, temos o sentido moral, em que se revela a forma como devemos nos
comportar para ganharmos o prêmio divino.
Tudo se resume à experiência de Deus. O
homem precisa experimentar o Amor para que possa respondê-Lo. Como isso ocorre?
Conforme nos indica Santo Tomás de Aquino, na Suma Teológica, experimentamos o
amor de Deus, isto é, o Espírito Santo, por meio da ação do Verbo encarnado
[2]. Ele é o expirador, por assim dizer. Jesus nos concede um conhecimento com
amor, diz Santo Agostinho, quando meditamos seus mistérios e enxergamos tudo o
que foi feito pela nossa salvação, desde a manjedoura até a cruz e a
ressurreição. Assim o salmista reza: "Em minha meditação, um fogo se
acende." (Sl 38, 4) Esse fogo é a verdadeira sabedoria, a sapida
scientia — ciência saborosa. Mas para que esse fogo se acenda e as
pessoas o procurem, faz-se necessário, como se fez na vida de João e André, o
testemunho de um santo. O Evangelho de hoje, portanto, obriga-nos a buscar a
santidade, a fim de que os homens creiam e experimentem o amor de Deus. T
Referências:
Santo Tomás de Aquino, Comentário ao
Evangelho de São João, Cap. 1, lição número 15.
Suma Teológica, I, q. 43, a. 5.
Liturgia de 18.01.2015 - 2º Domingo do Tempo Comum
Canal
do Youtube
A Voz do Pastor - 2º Domingo do Tempo Comum -
Domingo 18/01/2015
Canal do Youtube
arqrio
Canal do Youtube
arqrio
Foram ver onde Jesus morava e permaneceram com ele
Jesus, Mestre Divino, que
chamastes os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos nossos
caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas, e continuai a repetir o
convite a muitos jovens. Daí coragem aos convidados, forças para que vos sejam
fiéis, como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas,
para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém.
HOMILIA - Jo 1,35-42
OS PRIMEIROS DISCÍPULOS DE JESUS
A vocação dos dois primeiros discípulos nasce
do testemunho de João Batista. A partir daí surge uma conscientização
vocacional que envolve outras pessoas a partir do testemunho de quem esteve com
Jesus: André encontra seu irmão Simão Pedro e o apresenta a Jesus. Em seguida,
é Filipe quem encontra Natanael e lhe fala de Jesus. Assim, a partir do
testemunho de outros, o grupo dos colaboradores de Jesus vai crescendo.
No Evangelho de João a vocação dos discípulos
não se dá da mesma forma que nos outros evangelhos. Nestes, Jesus chama
pessoalmente e de forma direta. Em João, o seguimento de Jesus se dá porque
algumas pessoas sabem quem é Jesus e o comunicam a outros que, por sua vez,
passam a fazer a mesma experiência.
O testemunho do Batista deve ter mudado completamente
a vida dos dois discípulos. Vendo Jesus passar, ele diz: “Eis o Cordeiro de
Deus”. João chama Jesus dessa forma porque descobriu nele o cordeiro pascal (Ex
12) e o servo sofredor (Is 53), síntese das expectativas de libertação do
passado tornada presente na pessoa de Jesus que passa.
Os dois primeiros discípulos devem tomar a
iniciativa, sem esperar que Jesus os chame. Para eles, bastou o testemunho de
João Batista de que Jesus é o libertador. A partir desse momento, descobrem que
em Jesus está a resposta a todos os seus anseios. O Batista, por causa do
testemunho, perde os discípulos. Estes, pela coragem da opção que fizeram, dão
pleno sentido a suas vidas e passam a ser testemunhas para os outros.
No versículo 38 encontramos as primeiras
palavras de Jesus no Evangelho de João: “O que vocês estão procurando?” Do
início ao fim de nossas vidas estamos à procura de algo ou de alguém. Como
discípulos, procuramos saber quem é Jesus. E ele testa nossa sede,
perguntando-nos o que estamos procurando. Esta pergunta, que aparece nos
momentos cruciais do Evangelho de João, costuma se manifestar nas fases
decisivas de nossa vida: “O que estamos procurando?”
A resposta dos discípulos é movida pelo desejo
de comunhão: “Mestre, onde moras?” Os discípulos não estão interessados em
teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele.
Para criar intimidade com Jesus é preciso
partir, fazer experiência: “Venham ver!”. E o resultado da experiência já
aparece: “Então eles foram, e viram onde Jesus morava. E permaneceram com ele
naquele dia”. O verbo permanecer é muito importante no Evangelho de João. Por
ora os discípulos permanecem com Jesus. Mais adiante, o Mestre dirá:
“Permaneçam em mim”. Permanecer com Jesus e com as pessoas é fácil. O difícil é
permanecer nele e nas pessoas. Só aí é que a comunhão será plena.
O evangelho afirma que a experiência com Jesus
valeu a pena: “Eram mais ou menos quatro horas da tarde”. Quatro horas da
tarde, em linguagem simbólica, é o momento gostoso para o encontro, ou a hora
das opções acertadas. O passo dado por esses dois discípulos foi de ótima
qualidade. Valeu a pena. Essa opção vai gerar frutos a seguir.
André era um dos discípulos que, diante do
testemunho do Batista, seguiram a Jesus e fizeram a experiência das “quatro
horas da tarde”. Só agora é que o evangelista revela o nome desse discípulo. O
outro fica anônimo, podendo assumir o nome de cada um dos seguidores do Mestre.
André significa homem (= ser humano). Será que o evangelista quer insinuar que
as pessoas só se tornam verdadeiramente humanas depois que fazem a experiência
do Mestre? Fato é que a experiência se converte em testemunho que arrasta:
André leva Simão a Jesus. O evangelho mostra só um flash do testemunho de
André. De fato, o v. 41 diz que “ele encontrou primeiro seu irmão…” Isso dá a
entender que teria encontrado, em seguida, outras pessoas… André fala no
plural: “Encontramos o Messias”. É uma experiência comunitária e progressiva de
quem é Jesus. João o apontara como o Cordeiro de Deus; os primeiros discípulos
o chamam de Mestre; Pedro já fica sabendo que se trata do Messias…
Jesus pede que Simão Pedro encontre sua
identidade: “Você é Simão, filho de João. Vai se chamar Cefas”. Para o povo da
Bíblia, o nome é a identidade da pessoa. Simão será, no Evangelho de João,
símbolo de toda pessoa em busca de identidade. Ele dará muitas cabeçadas ao
longo desse evangelho, até se encontrar consigo próprio, com sua missão e com
Jesus. Talvez o mesmo aconteça contigo. Mas é necessário que passes por tudo
isso para que te encontres contigo mesmo e reconheças o Cristo que te chama
para a Sua missão!
Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
Você já encontrou a razão da sua existência?
Você já encontrou a razão da sua existência?
Precisamos encontrar o Cristo! Essa é uma procura árdua, que exige da nossa
parte a disposição de encontrá-Lo!
“André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram a
palavra de João e seguiram Jesus. Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e
lhe disse: ‘Encontramos o Messias’ [que quer dizer: Cristo]” (João 1, 40-41).
A Palavra de Deus, anunciada hoje aos nossos corações,
mostra-nos São João ainda com seus discípulos. Jesus passa no meio deles e São
João aponta: “Eis o Cordeiro de Deus!”. Mais adiante vamos ver que André,
aquele que é o irmão de Simão Pedro, tinha ouvido a palavra de São João e foi
ao encontro do Senhor. Encontrando aquilo que ele procurava: uma razão, um
sentido, uma luz para a sua vida, ele não teme e vai atrás do seu irmão Simão
Pedro e diz: “Encontramos o Messias”, ou seja, é como se ele dissesse:
encontramos o Cristo, encontramos a razão da nossa vida, encontramos a luz que
faltava para iluminar os nossos olhos e nossos corações.
Sabem,
meus irmãos, todos nós passamos a vida inteira procurando uma razão, um
sentido, uma direção para a nossa vida. Nossa vida pode durar muito, também
pode ser mais curta, contudo, o mais importante é que, no tempo em que vivemos
aqui na Terra, encontremos uma razão para viver!
Não
podemos viver a vida de qualquer jeito; o que nós precisamos é encontrar o
Cristo! Às vezes nós vamos à igreja, nos reunimos no grupo de oração, nos
encontramos uns com os outros, nos encontramos com as pessoas, fazemos até
muitos trabalhos para Deus. Eu encontro tantas pessoas dizendo: “Padre, eu
trabalho todos os dias para Deus!”. Mas será que o mais importante já aconteceu
na sua vida? Você já encontrou o Cristo? Você já encontrou a razão da sua vida?
Você já encontrou a razão da sua existência?
Porque, muitas vezes, nós
descobrimos e conhecemos as coisas de Deus, mas não O descobrimos, não nos
encontramos com Ele; não temos ainda uma razão plena para a nossa vida. É uma procura árdua, que exige da nossa parte a disposição de encontrá-Lo!
E uma vez que O encontremos, O abracemos, O sigamos e nos tornemos Seus
discípulos!
Houve
pessoas que já encontraram Jesus, que depararam com Ele; olharam, acharam
bonitas Suas palavras, mas seguiram adiante.
Hoje
somos convidados a nos encontrarmos com o Senhor e a Ele entregarmos a nossa
vida e o nosso viver. Foi com uma alegria imensa que André foi dizer ao seu
irmão Simão Pedro: “Encontramos o Messias!”. Precisamos dizer isso uns para os
outros! Quando encontramos o Cristo, quando Ele é a razão do nosso viver, nós
testemunhamos para os outros: “Eu encontrei Jesus! Fui por Ele encontrado e
agora eu O sigo e entrego toda a minha vida a Ele!”.
Que
hoje seja um dia de encontro, de reencontro vivo e transformador para a vida de
cada um de nós! Que a nossa busca encontre um termo de chegada que ilumine a
nossa existência! Que possamos dizer, como André, que encontramos o Cristo, que
encontramos o Messias!
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE
Jo 1,35-42 - Os primeiros seguidores do Mestre
- A nós todos que
nos encontramos na web, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na
comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus
que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a
Leitura, rezando:
Jesus Mestre, creio
com viva fé
que estais aqui
presente, junto de mim,
para indicar-me o
caminho que leva ao Pai.
Iluminai minha
mente, movei meu coração,
para que esta
Leitura Orante produza em mim frutos de vida.
1.
Leitura (Verdade)
O que diz o texto
do dia?
Leio atentamente, na minha Bíblia, Jo 1,35-42
No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos. Quando viu Jesus passar, disse:
- Aí está o Cordeiro de Deus!
Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus. Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou:
- O que é que vocês estão procurando?
Eles perguntaram:
- Rabi, onde é que o senhor mora? ("Rabi" quer dizer "mestre".)
- Venham ver! - disse Jesus.
Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido. A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele:
- Achamos o Messias. ("Messias" quer dizer "Cristo".)
Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse:
- Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas.("Cefas" é o mesmo que "Pedro" e quer dizer "pedra".)
Leio atentamente, na minha Bíblia, Jo 1,35-42
No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos. Quando viu Jesus passar, disse:
- Aí está o Cordeiro de Deus!
Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus. Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou:
- O que é que vocês estão procurando?
Eles perguntaram:
- Rabi, onde é que o senhor mora? ("Rabi" quer dizer "mestre".)
- Venham ver! - disse Jesus.
Então eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido. A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele:
- Achamos o Messias. ("Messias" quer dizer "Cristo".)
Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse:
- Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas.("Cefas" é o mesmo que "Pedro" e quer dizer "pedra".)
João indica a dois
de seus discípulos o Cordeiro de Deus. É Jesus que está passando e os
discípulos o seguem querendo saber onde ele morava. Jesus os
convida a virem com Ele. Eles foram e ficaram com o Mestre o dia todo. Jesus os
quer tornar testemunhas do que vêem. O Evangelho diz que eram 4 horas da tarde.
Quase final do dia. Um dos discípulos era André que, ao
encontrar seu irmão Simão Pedro lhe diz: "Encontramos o
Messias". Mais ainda: o apresenta a Jesus. Simão ganha, então, o nome de
Cefas que quer dizer "pedra"
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz
para mim, hoje?
Quais outros textos este me recorda?
Qual palavra mais me toca
o coração?
Costumo reservar tempo para estar com Jesus?
O Mestre começa
seu círculo de colaboradores. E, até hoje, a Igreja continua
convidando, convocando, enviando discípulos e missionários. Disseram os bispos,
em Aparecida:
"Nestes últimos
tempos, Deus nos tem falado por meio de Jesus seu Filho (Hb 1,1ss), com quem
chega à plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4). Deus, que é Santo e nos ama,
nos chama por meio de Jesus a ser santos (cf. Ef 1,4-5)." (DAp 130).
Como me encontro
nesta missão?
Tenho a missão de ser santo ou santa, qualquer que seja minha
vocação: leiga, religiosa ou para o ministério sacerdotal.
Como vivo este
chamado?
3.Oração
(Vida)
O que o texto me
leva a dizer a Deus?
Rezo:
Jesus Mestre,
agradeço-vos pelas
luzes que me destes na Palavra.
Perdoai-me, pelos
limites
que me impediram de
fazê-la melhor.
Desejo viver o
convívio com o Mestre Jesus Cristo,
com a vossa graça.
Amém
4.Contemplação
(Vida e Missão)
Qual meu novo olhar
a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e
a vida com os olhos de Deus. Vou testemunhar pela vida meus encontros com
o Mestre.
Bênção
- Deus nos abençoe
e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a
sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o
seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus
misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patrícia Silva,
fsp
Oração Final
Pai Santo, dá-nos a
graça do encantamento. Que a alegria e o entusiasmo da descoberta do teu Reino
de Amor em nós não sejam diluídos em uma rotina de cumprimento de preceitos,
mas nos leve a Viver cada vez mais intensamente a fraternidade com os peregrinos
que estão ao nosso lado na caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso
Irmão, na unidade do Espírito Santo.