domingo, 22 de julho de 2018

LEITURA ORANTE DOMINICAL DO EVANGELHO DO DIA - 22/07/2018



LEITURA ORANTE

Mc 6,30-34- Uma Igreja que acolhe


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
"Espírito Santo, tu que vieste dos céus abertos, do Pai,
e que permaneceste conosco, em Jesus,
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações,
abre-nos à Palavra!
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade,
terreno bom,
onde tu possas trabalhar com liberdade,
de modo que a nossa vida
seja sinal eloquente da tua caridade.
Amém."

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mc 6, 30-34, e observo a atenção de Jesus aos que sofrem.
Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então ele lhes disse:
- Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco.
Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas.
Refletindo
Jesus "teve pena daquela gente". Nós, Igreja, temos o mesmo sentimento. Como dizem os bispos em Aparecida:
"Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Tenho os mesmos sentimentos de Jesus Cristo e da Igreja?
Como olho as pessoas que estão "à beira do caminho" ou que parecem "ovelhas sem pastor"?
Meditando
Em Aparecida, os Bispos da América Latina e Caribe, disseram:
"O discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus. A missão é inseparável do discipulado, o qual não deve ser entendido como etapa posterior à formação, ainda que esta seja rea¬lizada de diversas maneiras de acordo com a própria vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontre a pessoa". (DAp 278)

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a
Oração a Nossa Senhora dos cuidados Humanos
Dom Hélder Câmara
Mãe, me alegra tanto
ver o globo em tuas mãos!
Mas é globo muito pequeno
e temo que dentro dele
nossas grandes angústias
sofram muita redução.
Olho de novo e descubro:
o globo pequeno
tem justamente a virtude
de reduzir ao tamanho exato
os dramas que nos parecem imensos
e no entanto cabem e sobram
na concha de duas mãos.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar vai estar atento e  voltado para os que mais sofrem.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
irpatricias@gmail.com

Leitura Orante
16° Domingo Tempo Comum, 22 de julho de 2018


COMPAIXÃO: compartilhar a mesma humanidade

“ Jesus viu uma numerosa multidão, ficou tomado de compaixão por eles” (Mc 6,34)

Texto Bíblico: Marcos 6,30-34

1 – O que diz o texto?

No evangelho deste domingo, contemplamos Jesus olhando a realidade para além da superfície evidente de abandono em que vive o povo, até chegar a outra dimensão mais profunda onde descobre o rosto de um Pai compadecido, que sofre o abandono e a dor de seus filhos e filhas.
Jesus olha e vê. Esse é o primeiro passo. Não desvia de seus olhos a realidade dura de seu povo. “Contemplava”, ou seja, olhava atentamente, uma e outra vez, pousava o olhar sobre a crosta ressecada e sem beleza provocada por golpes mal curados. E, nesse primeiro olhar, vê a miséria da multidão dispersa frente à ausência de verdadeiros pastores que cuidassem de suas ovelhas; vê as mordidas mal cicatrizadas dos lobos.
Desse primeiro olhar nasce à compaixão, a misericórdia. Seu coração sensível deixa-se afetar pela miséria e abandono de seu povo.
Como em outras passagens do Evangelho, Jesus muda o plano do dia de descanso com seus discípulos para acolher a dor das pessoas que surge de repente em seu caminho; contempla-as, e em sua maneira de se fazer próximo está já encarnado, em gestos, palavras e olhares, o Reino que anuncia.

2 – O que o texto diz para mim?

Deus é compassivo: esta é à base da atuação de Jesus. É precisamente esta compaixão de Deus aquela que move Jesus em direção das vítimas inocentes: as maltratadas pela vida ou pelas injustiças dos poderosos. É a compaixão de Deus que faz Jesus tão sensível ao sofrimento e à humilhação das pessoas. Sua paixão pelo Deus da compaixão se traduz em compaixão pelo ser humano.
A partir desta experiência de um Deus compassivo, Jesus vai introduzir um princípio de atuação, a compaixão. Chegou o momento de recuperar a compaixão como a herança decisiva que Jesus deixou à humanidade, a força que deve impregnar a marcha do mundo, o princípio de ação que deve mover a história para um futuro mais humano. É a compaixão, ativa e solidária, aquela que há de me conduzir para esse mundo mais digno e ditoso querido por Deus para todos.
“Compaixão”, palavra de etimologia latina, significa “padecer com”, “sentir com”, “vibrar com”, “afetar-se com”... Seu equivalente, derivado do grego, seria a palavra “simpatia”, termo ao qual se opõe diretamente o de “apatia”, ausência de sentimentos, de vibração, de capacidade de proximidade...
Muitos se referem à compaixão como uma paixão, outros como uma emoção forte, outros ainda, como um sentimento...; mas todos coincidem em um ponto: ela tem a ver com minha comum humanidade.
A compaixão me situa em uma espécie de irmandade entre seres radicalmente iguais em sua humanidade. É um dinamismo natural que expressa à bondade original do ser humano, a origem dos sentimentos altruístas, a sensibilidade solidária...
A compaixão é força que impulsiona à ação; não se trata de uma relação de cima para baixo, de quem, a partir de uma situação superior e distante, faz concessões a quem lhe é inferior.
A compaixão é, antes de tudo, uma situação na qual prevalece a igualdade, a dignidade básica e comum do ser humano; ela capacita a superar barreiras e condicionamentos que impedem uma vinculação fraterna entre as pessoas, para chegar a se colocar no lugar do outro e atuar por e para ele.
A compaixão é essa capacidade de sentir com o outro, particularmente o outro golpeado pelas circunstâncias da vida. É a valentia para compartilhar sua paixão, é participação imediata no seu sofrimento e buscar com ele a esperança, o alívio e a alegria.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

A compaixão desvela o sentimento profundo de amor para com aqueles que sofrem, buscando eficazmente aliviar sua situação, através de uma ação bondosa e serviçal.
Por isso o outro deixa de ser um estranho e se converte em próximo.
Mas a compaixão genuína nasce de uma fonte ainda mais profunda: não é só a experiência da própria vulnerabilidade, mas a consciência de uma identidade compartilhada. Não sou um ser separado que, eventualmente, se ajuda uns aos outros, mas que constituí uma Unidade, pela qual ninguém me é indiferente. O bem dos outros é meu bem; sua dor, minha dor. “Sou humano, e nada do humano me é alheio” (escritor romano Lactancio).
Posso afirmar que o obstáculo comum para viver a compaixão é a identificação com o ego.
Tal identificação apoia-se na crença fundamental de que sou um ser separado. Dessa crença nasce, entre outras coisas, o individualismo, a egocentrismo, a indiferença, a intolerância...
O ego busca a comodidade, porque se rege pela lei do mínimo esforço, ou seja, pelo apego ao “agradável” e a aversão para o “desagradável”. Tende a evitar tudo àquilo que lhe implica mudança em suas rotinas ou expectativas e busca, acima de tudo, “sentir-se bem”. Dado que a necessidade do outro o implicaria em um compromisso, o ego tende a refugiar-se na indiferença, que não é outra coisa que a “cegueira” diante da realidade, porque, como diz o refrão popular “olhos que não veem coração que não sente”.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, para eu poder viver a compaixão, precisa ativar os recursos internos que potenciam minha capacidade de sentir e minha capacidade de amar e, simultaneamente, o empenho pessoal que me permita libertar-me da identificação com o ego, assumindo um compromisso solidário com quem mais sofre.
A compaixão esvazia toda pretensão de poder, pois ela projeta a pessoa para o outro, torna a pessoa sensível ao clamor e às necessidades do outro. A compaixão rompe a couraça do “eu” constituída pelo poder. A vida do outro é a razão única da autoridade.
Um dos sintomas que definem a minha época é o fato de ser um tempo de “sem compaixão”, um tempo no qual se faz muito difícil vibrar de verdade com os outros, alegrar-se com quem se alegra caminhar juntos, conviver, oferecendo-se mutuamente o ombro e dando-se as mãos.
O outro, sua necessidade e sofrimento, será sempre a alavanca que gera no coração humano a compreensão e o exercício da autoridade como verdadeiro serviço.
Só a compaixão desloca cada um para o lugar do outro. Só a compaixão ilumina a realidade do sofrimento do outro. Só a compaixão move na direção da oferta do outro.
A compaixão é a entrada do ser humano no mundo do humano; ela é o perfume do humano que invade o chão da vida, a sua fragilidade e sofrimento, e torna operativo o processo de humanização.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

A experiência de viver permanentemente sob o olhar compassivo de Deus me permite descobrir que “o ser com” e “o ser para” é a autêntica condição humana que se desloca em direção ao outro, na arte de deixar e abrir lugar ao excluído, ao estranho, ao sobrante...
Viver o Seguimento de Jesus que é marcada pelo “olhar compassivo e comprometido”.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Marcos 6,30-34
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Tua Palavra nos encanta – Fx 04 (03:45)
Autor: Padre Zezinho, scj
Intérpretes: Ana Clara, Ana Paula Ramalho, Andreia Zanardi, Beto, Betinho, Dalva Tenório, Tiago Amaral, Ricardo Moreno.
CD: Fez a paz acontecer – canções litúrgicas & celebrativa
Gravadora: Paulinas Comep

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