ANO A
Jo 11,32-45
Comentário do Evangelho
O sopro de Deus faz viver para além da morte.
O fundamento da fé da Igreja é a ressurreição de Jesus Cristo. A
celebração da memória de todos os fiéis defuntos é ocasião de suplicar a Deus a
graça da fé na ressurreição de Cristo, condição para crermos na Páscoa eterna
daqueles que já partiram deste mundo. É por essa razão que, neste dia de
finados, a Igreja nos oferece esse trecho do capítulo 11 de João, que é uma
catequese sobre a ressurreição. Nosso relato (Jo 11,1-45) é o sétimo e último
sinal que Jesus realiza. Isso significa que ele é a plenitude dos sinais. A
finalidade dos sinais, como de todo o evangelho, é conduzir os discípulos, o
leitor do evangelho, nós todos, à fé em Jesus Cristo (cf. Jo 20,30-31). Com
esse relato, o autor do evangelho prepara o leitor para entrar com esperança
nos relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
O sopro de Deus faz viver para além da morte. No
centro do texto do evangelho, trecho que não lemos neste dia, está a afirmação
de Jesus a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida” (v. 25). É pela fé que se
participa dessa vida nova, transfigurada. A pergunta que provoca e desafia a fé
de Marta e a nossa fé é a seguinte: “Crês nisto?” (v. 26). Marta responde
afirmativamente, pois ela é no relato símbolo do discípulo perfeito que põe a
sua confiança no Senhor. Ante a morte há, segundo nosso texto, duas atitudes
possíveis, representadas por Maria e sua irmã Marta: ficar prisioneiro do
círculo da morte e do luto (Maria) ou romper com esse círculo pela adesão ao
Senhor da vida (Marta). Quando Marta ouviu dizer que Jesus estava próximo, saiu
correndo ao seu encontro; Maria, no entanto, permaneceu em casa, sentada,
mergulhada no luto e na tristeza. A presença do Senhor suscita a esperança.
Permanecer em casa é fechar-se à possibilidade da fé. Marta que crê na
ressurreição de Cristo, na vida que ele dá, será para sua irmã Maria mensageira
de um chamado do Senhor que a faz sair do mundo da morte para estar diante
daquele que é o Senhor da vida. A pergunta que se nos impõe a partir do relato
para a nossa reflexão é a seguinte: com qual das duas irmãs você se identifica?
Você é portador de que mensagem?
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me a graça de compreender a ressurreição de Jesus como
vitória da vida e como sinal de que a morte não tem a última palavra sobre o
destino daqueles que creem.
Vivendo a Palavra - Jo 11,32-45
Lembrando
os que morreram, pensamos na nossa própria morte. Não temos aqui morada
permanente. O Evangelho mostra o jeito cristão de encarar com esperança e
alegria essa realidade, que o mundo tenta evitar a todo custo: através da lente
da ressurreição, a morte é nossa passagem para o Reino do Pai Misericordioso.
HOMILIA - JO
11, 17-27
Homilia da Comemoração dos Fiéis Defuntos (02.11.14)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
“Dai-lhes, o descanso eterno”
Lembrai-vos de mim no altar
Santo Agostinho narra
os últimos momentos de sua bem-aventurada mãe, Santa Mônica. Numa simplicidade
muito grande diante da morte, vendo a dor dos filhos, pediu: “Lembrai-vos de
mim no altar de Deus”.
Naquele momento Agostinho relatava o
cotidiano da vida. Estas palavras de sua mãe no momento da morte são uma prova
de que a Igreja, desde os primórdios, rezava pelos mortos. Era uma prática já
enraizada na vida do povo de Deus.
Por que negar que podemos rezar pelos
mortos, se pedimos às pessoas vivas que rezem por nós? Podemos rezar pelos
mortos porque todos fazemos parte do Corpo de Cristo. Somos membros uns dos
outros. Paulo é claro:
“Se um membro sofre, todos os membros
compartilham seu sofrimento” (1Cor 12,26). Todos nós fazemos parte deste corpo
de Cristo: Nós, os que estão na Glória e os que estão no Purgatório. Diz o
Catecismo:
“Desde os primórdios, a Igreja honrou a
memória dos defuntos e ofereceu sufrágios (Orações) por eles, em especial o
sacrifício eucarístico” (Dz 856)". Está em pleno acordo com a Palavra de
Deus em 2º Macabeus 12,46. Por que rezamos? Para exercer a maior caridade que é
auxiliar com as preces a purificação que não podem mais merecer por si.
É bom rezar pelos outros agora, por que
um dia rezarão por nós. Como parte deste Corpo Místico, podemos merecer por
eles que não podem merecer por si essa reparação dos pecados que não levam à
morte. Um membro doente do corpo é recuperado pela saúde dos outros. A doutrina
do Purgatório faz parte de nossa fé. Não sabemos como é. É um estado espiritual.
Quando estivermos por lá, vamos entender.
Participando da vida de Cristo
Rezar pelos mortos é mostrar nossa fé
na Ressurreição. Esta fé nos garante a vida: “Eu sou a Ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, mesmo que morra viverá. E todo o que vive e crê em mim não
morrerá jamais. Crês nisso? Sim, Senhor, eu creio firmemente que Tu és o
Messias, o Filho de Deus que deve vir ao mundo” (Jo 11,25-27).
Ter fé é, no ensinamento de João, ter a
Vida Eterna: “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou, não o atrair; e eu
o ressuscitarei no último dia... Aquele que crê tem a Vida eterna” (Jo
6,44.47).
Ter a Vida Eterna é participar de
Cristo que é a vida. A celebração dos mortos mostra com clareza que acreditamos
na Vida de Cristo em nós. A narrativa da ressurreição de Lázaro vai além de um
caso de amizade que termina numa ressurreição, mas é a demonstração da garantia
de nossa ressurreição. Na oração da missa pedimos a Deus: “aumentai nossa fé no
Cristo ressuscitado para que seja mais viva a nossa esperança na Ressurreição
dos vossos filhos e filhas”.
Queremos, com a celebração de hoje
celebrar o sacramento pascal, a Eucaristia, para que os falecidos cheguem à luz
e à paz da casa do Pai (pós-comunhão).
Certeza da Ressurreição
Podemos não admitir muitos ritos que
celebramos na lembrança dos mortos, como flores, velas, visita aos cemitérios e
outros elementos de outras culturas.
Não os faríamos se não acreditássemos
na vida que vai além da morte. Não acredito que alguém possa dizer que não crê
na vida eterna se realiza tantos atos em favor dos mortos. Se rezamos, é porque
cremos que a oração e em sua força purificadora. Não só a oração é útil, mas
também a caridade, as boas obras e santa Missa.
Não podemos perder a memória de nossos
falecidos, pois eles são nossos intercessores junto de Deus. Eles vivem no amor
de Deus e nos levam a Deus através de sua oração. Toda missa é também para
todos os defuntos.
Leituras :Jó 19,1.23-27ª; Salmo 26;
1,17-27 Romanos 6,3-9; João 11,17-27
Ficha nº 1384 - Homilia da Comemoração
dos Fiéis Defuntos (02.11.14)
As palavras de Santa Mônica revelam a
prática cotidiana da comunidade, já enraizado. Todos fazemos parte do Corpo de
Cristo, nós os vivos,os falecidos que estão no Purgatório e os que estão na
Glória.
Rezar pelos mortos é mostrar nossa fé
na Ressurreição. Quem crê tem a vida eterna. Ter a vida eterna é
participar é participar da vida de Cristo. A ressurreição de Lázaro é garantia
de nossa ressurreição.
Há muitos ritos para celebrar os
mortos. São sinais que acreditamos na vida que vai além da morte. Além da
oração temos outros atos que ajudam na sua purificação: caridade, boas obras e
a santa Missa. Eles também nós ajudam, pois são nossos intercessores.
Assustando defunto
Temos medo de defunto. O que pensar de
Lázaro voltando à vida?
Contemplamos hoje dois mistérios: a
fragilidade da vida que termina com a morte e a Ressurreição de Cristo que nos
dá a Vida. Lázaro, amigo de Jesus, morreu. Suas irmãs tinham esperança que
poderia curá-lo. Agora, era tarde. Já estava apodrecendo na cova.
Jesus vem de longe e vai ao túmulo.
Chama Lázaro e este sai fora do túmulo. A fé em Jesus é como a ressurreição:
Marta diz: “Eu creio que tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
Pelo Batismo ressuscitamos para Deus. Essa ressurreição nós a recebemos
pela fé em Jesus. Ela nos garante a Vida Eterna.
Comentário do Evangelho - João 6,37-40
DIA DOS FINADOS cristãos batizados são
convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal
de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição
e a vida". Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem,
cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios.
Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e
experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade.
Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que,
para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a
porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai. Enquanto
para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os
cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos
leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a
morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui
na terra. Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória
de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas.
Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta
vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus.
Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais,
nós, os intees da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos
no dia 1o de novembro. Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos
os que morreram sem arrepender-se do pecado. O culto de hoje é especialmente
dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo
inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e
aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição. A Igreja ensina-nos
que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis.
Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já
partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e
também para reflexão sobre nossa própria salvação. Encontramos a celebração da
missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu
dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em
998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos
passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já
ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de
então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão. Em 1311, Roma incluiu,
definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para
celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915,
quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I
Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do
mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.
Oração
Ó Deus, escutai com
bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé em Cristo ressuscitado, para que
sejam mais via a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
REFLEXÕES
DE HOJE
DIA 02 DE NOVEMBRO – DOMINGO
VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O
PRÓXIMO DOMINGO
2 de novembro – DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS
Por Celso Loraschi
I. Introdução geral
A Igreja celebra o dia dos Fiéis Defuntos ou dia de Finados
imediatamente após o dia de Todos os Santos. Ambas as celebrações estão
intimamente ligadas, uma vez que fazemos a memória dos que já se encontram na
pátria celeste. Veneramos os santos reconhecidos oficialmente pela Igreja e
pedimos a sua intercessão. No entanto, todos os que estão junto de Deus são
também santos. Muitos deles foram nossos parentes, amigos ou conhecidos.
Lembramo-nos deles e também de todas as pessoas que faleceram. Desde os
primeiros séculos, os cristãos rezam pelos falecidos, visitando os túmulos dos
mártires e recordando seus testemunhos de fé e amor. A partir do século V, a
Igreja dedica um dia do ano para rezar por todas as pessoas falecidas, também
por aquelas que ninguém lembra. É um dia que evoca saudade, esperança e
compromisso. Saudade daqueles que partiram e marcaram, de uma maneira ou de
outra, a vida de todos nós que ainda peregrinamos neste mundo. Esperança porque
nos foi revelado que a morte não tem a última palavra, é passagem para a vida
em plenitude. Compromisso porque queremos que nosso tempo histórico seja vivido
de acordo com o que nos exorta a palavra de Deus. Como Jó, depositamos nossa
confiança naquele que é o defensor da vida (I leitura). Renovamos nossa
convicção de que “a esperança não decepciona”, como afirma Paulo em sua carta
aos Romanos (II leitura). E nos consolamos, agradecidos, com a declaração de
Jesus: “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum
daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia”.
II. Comentário dos textos bíblicos
1. I leitura (Jó 19,1.23-27a): Eu o verei com os meus próprios olhos
O livro de Jó faz
parte da literatura sapiencial. Foi escrito, em sua maior parte, no período
pós-exílico, por volta do ano 400 a.C. Reflete sobre a questão do sofrimento
das pessoas justas, retratadas na figura de Jó. Em situação calamitosa,
abandonado por todos, Jó recebe a visita de três “amigos”. Em vez de manifestar
solidariedade a Jó, procuram convencê-lo de que o sofrimento se deve aos
pecados que certamente cometera. Eles representam o pensamento teológico
dominante: a conhecida “teologia da retribuição”, segundo a qual Deus retribui
o bem com o bem e o mal com o mal. Podemos imaginar as consequências dessa
teologia na vida das pessoas empobrecidas, abandonadas, doentes… O sistema
religioso oficial as considerava pecadoras ou impuras e, portanto, indignas da
salvação divina.
Jó está convencido
de sua inocência. Debate com os amigos até dar-se conta de que está realmente
sozinho em suas convicções. Com quem poderá contar? Pouco a pouco, Jó vai
abandonando suas pretensões de se fazer entender. Dentro de sua própria
realidade de dor e trevas, encontra novo caminho de acesso a Deus, já não
vinculado ao dogma da retribuição. Para além de qualquer instituição, abre-se
para Deus, fonte de toda a vida. Jó confessa: “Eu sei que meu defensor está
vivo”. Defensor, vingador ou redentor (go’el em hebraico), na antiga tradição
de fé do povo de Israel, é aquele cuja função é proteger os membros mais fracos
da família, como também resgatar os bens, a vida e a liberdade das pessoas
endividadas.
A certeza da
intervenção divina em favor da vida das pessoas justas é ressaltada nesse
texto. É uma declaração cujas palavras merecem ser “consignadas num livro,
gravadas por estilete de ferro num chumbo, esculpidas para sempre numa rocha”.
Deus se interessa pela vida pessoal de cada um de seus filhos. Ele nos ama, nos
liberta e nos salva. A experiência religiosa de Jó o leva a proclamar: “Eu
mesmo o contemplarei, meus olhos o verão…”.
2. II leitura (Rm 5,5-11): A
esperança não decepciona
Esse texto está
relacionado com o seu contexto imediatamente anterior. Paulo refere-se à
justificação pela fé, o dom gratuito da salvação que Deus nos concede por meio
de Jesus Cristo. Somos todos pecadores. Eis em que consiste o amor divino:
Cristo morreu por nós, pessoas fracas, injustas e infiéis. Pela morte
expiatória de Jesus, revela-se o rosto misericordioso de Deus. Ele não leva em
conta a nossa condição de pecadores. Seu amor não é baseado em nossos méritos.
Por meio de Jesus, fomos reconciliados com Deus e, pela fé, vivemos em paz com
ele.
Nessa certeza, a
caminhada nesta vida terrena é marcada pela “esperança que não decepciona, pois
o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi
dado”. Ora, o amor de Deus em nossos corações nos dá a garantia de um futuro de
plenitude e glória. A vida plena não é ilusão: é revelação divina que nos foi
dada definitivamente na vida, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus
Cristo. Assim, reconciliados com Deus, vivemos o nosso tempo histórico como
expressão de alegria e de gratidão a Deus, que nos criou e nos salva na
gratuidade de seu amor. Se Deus nos ama desse modo, também nós devemos amar uns
aos outros. Se Jesus entregou sua vida livremente para a vida do mundo, também
nós doamos a vida, livremente, pelo bem dos outros.
3. Evangelho (Jo 6,37-40): A vida
eterna
O capítulo 6 do
Evangelho de João apresenta o ensinamento de Jesus sobre o pão da vida. Ele se
dirige à multidão perto do mar da Galileia. Chama-lhes a atenção para que não
se ocupem somente com o alimento que perece, e sim com o “pão da vida”, o
alimento que dura para a vida eterna.
O pão da vida é o
próprio Jesus, que livremente se doa como alimento: “Eu sou o pão da vida:
aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede”
(6,35). Na caminhada do Êxodo, rumo à terra prometida, Deus enviou do céu o
“maná” que alimentou o povo durante todo o tempo. É o símbolo da palavra de
Deus que alimenta e dá a vida. Agora, Jesus é o verdadeiro maná descido do céu
como eterno alimento para todos os que nele creem. Ele é a Palavra de Deus que
se fez carne. Dele nos alimentamos (palavra e eucaristia) neste novo êxodo rumo
à pátria celeste.
Toda pessoa que,
pela fé, acolhe Jesus e dele se alimenta já possui a vida eterna. A fé em Jesus
não se resume a um assentimento intelectual nem apenas a uma adesão religiosa,
sem compromisso concreto. A fé é um jeito de ser que perpassa o cotidiano da
vida. É a configuração da nossa vida na vida de Jesus. Assim, todo aquele que
vive em Jesus não perecerá. Foi para isso que Deus enviou o seu Filho ao mundo.
“Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a
vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. A fé nos possibilita “ver”
Jesus, penetrar no seu mistério e inundar todo o nosso ser pelo dom da
verdadeira vida.
A comunidade
joanina confessa que Jesus veio ao mundo “para que todos tenham vida e vida em
plenitude” (Jo 10,10). Esta é também a nossa confissão de fé: ele é o doador da
vida plena já para este mundo e para a eternidade. Ele mostrou o caminho da
justiça e da fraternidade a este mundo e venceu a morte pela sua ressurreição.
Ele não exclui ninguém. Nele já ressuscitamos para a vida. A morte não tem a
última palavra.
III. Pistas para
reflexão
- Meus olhos verão
a Deus. Deus se revela na história humana de modo processual. Pouco a pouco,
conforme atesta a Bíblia. Ele se deu a conhecer juntamente com o seu plano de
amor e salvação. O livro de Jó mostra que o ser humano é um buscador de Deus.
No meio de muitas perguntas, dúvidas e crises, Deus permite que amadureçamos
até nos convencermos de que ele realmente existe e é a fonte de toda a vida.
Reconhecemos que, sem sua presença amiga e misericordiosa, a vida perderia todo
o sentido. O encontro com Deus transforma o nosso jeito de pensar e agir. Ele é
defensor da vida, o doador de todos os bens. Dele viemos e para ele voltamos.
Com base nessas afirmações, é importante nos perguntarmos como estamos
administrando a vida que Deus nos deu. Que rumo estamos dando à nossa breve
existência? Com quais valores irrenunciáveis orientamos os nossos passos na
direção da morada definitiva?
- Meus olhos veem a
Deus. Enquanto Jó confessa sua fé na futura visão de Deus, o Evangelho de João
nos indica que já podemos “ver” a Deus na pessoa de Jesus Cristo. O processo de
revelação de Deus e de seu plano de amor e salvação culminou em Jesus. Ele veio
ao mundo para que tenhamos a vida, e vida plena. Ver a Jesus com os olhos da fé
implica viver conforme sua prática e seus ensinamentos. Quem está em Jesus e
dele se alimenta (palavra e eucaristia) já possui a vida eterna. Uma pessoa é
irradiadora da verdadeira vida quando pauta seus pensamentos, projetos,
palavras e ações no evangelho de Jesus Cristo…
– Caminhar
como se víssemos o invisível. A saudade dos nossos entes queridos nos faz
refletir sobre a nossa condição de pessoas transitórias neste mundo. Seria uma
lástima viver sem conhecer o verdadeiro significado da nossa existência. São
Paulo, em sua incansável missão de anunciar o evangelho, insiste na verdade da
salvação gratuita de Deus. Seu amor incondicional foi definitivamente
comprovado na vida, morte e ressurreição de Jesus. Por ele fomos reconciliados
com Deus e, “estando reconciliados, seremos salvos por sua vida”. Essa
esperança não decepciona, e sim orienta os nossos passos neste êxodo rumo à
pátria eterna. Essa esperança impregna o tempo presente de um sentido
“cairológico”: é tempo propício de acolher a graça divina; de desapegar-se do
que é efêmero; de cultivar a amizade pessoal com Deus; de discernir e acolher a
sua vontade. Como seguidores de Jesus, é tempo de defender e promover a vida neste
mundo, sinal da vida futura.
Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com
Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos
Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
E-mail: loraschi@itesc.org.br
http://vidapastoral.com.br/roteiros/2-de-novembro-dia-dos-fieis-defuntos/
2 de novembro: Finados
QUE NADA SE PERCA
2 de novembro: Finados
QUE NADA SE PERCA
A comemoração de Todos os Fiéis Falecidos é ocasião para recordar
aqueles que já passaram por este mundo, para agradecer o bem que puderam fazer,
o amor que conseguiram espalhar.
É também ocasião para pensar na própria morte. Não para deixar de fazer
planos, mas para direcionar a própria vida na perspectiva dos seguidores de
Jesus, o Filho que revela o amor pleno do Pai e busca a todo custo salvar a
todos.
Salvar de que, para que e como? Salvar de uma vida sem sentido, que se
perde no nada; salvar para a vida eterna, na ressurreição que nos abre a visão
e o ser de Deus, o tudo para sempre; salvar pela fé nele mesmo, o Filho de
Deus, aderindo a suas palavras, assimilando sua vida, doada como alimento para
a vida do mundo.
É oportuno, portanto, pensar na morte em relação à vida. Dizemos que o
contrário da morte é a vida. Mas a morte terrena não é o fim da vida. O
contrário da morte terrena é tão somente o nascimento neste mundo. A vida
continua, plenificada por Deus, que nos ressuscita por sua graça. Pois é de
graça que Deus nos dá a vida eterna, resgatando o pouco que aqui tivermos
feito, completando o muito que ficou faltando. E isso porque ele ama.
Pensar na morte é pensar no amor que se doa, o amor que dá sentido à
nossa vida; o amor que revela qual é a nossa fé, nossa adesão a Jesus; o amor
que somos chamados a viver hoje, porque hoje pode ser, de fato, nosso último
dia.
Ao rezar por nossos entes queridos que já vivem na comunhão dos santos,
agradeçamos ao Deus da vida, que nos ama e em seu Filho dá sentido à nossa
existência. A fé na eternidade e a certeza da morte terrena nos levam a
relativizar o que aqui deixaremos, para dar a devida importância ao que
levaremos para junto de Deus.
Pe. Paulo Bazaglia,
ssp
Dia 2 – DIA DE FINADOS
CREIO NA COMUNHÃO
DOS SANTOS E NA VIDA ETERNA
Ao iniciar o mês de
novembro, no dia 1º celebramos Todos os Santos e Santas de Deus e hoje, no dia
2, relembramos todos os fiéis falecidos. São dois dias de reflexão e de oração,
quando alegria e saudade, recordações e esperanças invadem o ânimo de quem tem
o verdadeiro sentido espiritual da vida. As grandes questões acerca da nossa
existência retornam à consciência. Para uma dessas tormentosas questões, temos
uma resposta segura: nascemos para viver eternamente.
A morte, no seu
sentido de destruição total, de retorno ao nada, para o ser humano cristão não
existe. Nós viveremos sempre, mesmo depois do desfalecimento da nossa vida
presente: o nosso espírito sobrevive e, em um último e definitivo dia, as
cinzas dispersas do nosso corpo serão reanimadas pelo poder criador de Deus.
Esta é a verdade de nossa vida e o futuro que nos aguarda.
O homem moderno,
que maravilhosamente se desenvolveu no campo da ciência e da tecnologia, sofre
a tremenda tentação de esquecer, de negar essa nossa futura realidade e, assim,
torna-se fatalmente profeta da morte. Ao reduzir a vida ao tempo presente, ele
perde a dimensão da transcendência da existência humana, exaltando os valores
do tempo como se fossem os únicos e definitivos; depois se resigna ou se
desespera, porque descobre que são efêmeros e passageiros.
Nós, cristãos
católicos, acreditando “na comunhão dos santos e na vida eterna”, professamos
que, enquanto aguardamos a gloriosa vinda do Senhor, alguns de seus discípulos
são peregrinos na terra; outros, que já passaram desta vida, estão se
purificando; outros, enfim, gozam da glória, contemplando a Deus. Todos, porém,
comungamos na mesma caridade de Deus. Assim, aqueles que estão a caminho não
têm de maneira alguma interrompida a sua união com os irmãos falecidos; ao contrário,
ela é fortalecida pela comunhão dos bens espirituais (cf. LG 49).
Orani João Tempesta, O.Cist.
Cardeal Arcebispo de São Sebastião do Rio de
Janeiro
http://www.paulus.com.br/portal/o-domingo-palavra/dia-2-dia-de-finados#.VFboKTTwnfI
2 de novembro – FINADOS
A IGREJA DO VATICANO II
2 de novembro – FINADOS
A IGREJA DO VATICANO II
Dando continuidade
à proposta de – mensalmente ao longo deste ano, neste espaço de O Domingo-Celebração
da Palavra de Deus – recordar o Concílio Ecumênico Vaticano II ao comemorarmos
50 anos de seu início, escolhemos para este mês as constituições Lumen Gentium
e Gaudium et Spes, que versam sobre a Igreja.
O Vaticano II foi
um concílio orientado para a vivência da fé, da esperança e da caridade.
Fixou-se nas
relações da Igreja com os seres humanos e com o mundo, por trabalhar mais na
dimensão pastoral. No seu precioso conjunto de documentos, podemos pinçar
conceitos e propostas que dão uma face renovada à Igreja, esposa de Cristo. A
dupla visão da Igreja ficou bem clara na constituição dogmática Lumen Gentium e
na constituição pastoral Gaudium et Spes. A primeira define sua natureza
cristológica, enquanto a segunda se volta para a vertente pastoral. Aquela
começa dizendo que “a Igreja é como que o sacramento ou o sinal e instrumento
da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”, e esta assim
fala: “As alegrias e as esperanças dos seres humanos de hoje, sobretudo dos
pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.
Ambas respeitam as
verdades básicas que, conforme o espírito do concílio, pedem uma atualização à
luz dos sinais dos tempos. A Lumen Gentium vê a Igreja em seu viés teológico,
enquanto a Gaudium et Spes é constituição pastoral centrada na presença de Deus
no mundo atual.
Fotografia nítida
da Igreja conciliar se encontra nesta síntese bem formulada do cardeal Aloísio
Lorscheider: “O Vaticano II faz-nos passar de uma Igreja-instituição ou de uma
Igreja-sociedade perfeita para uma Igreja-comunidade, inserida no mundo, a
serviço do reino de Deus; de uma Igreja-poder para uma Igreja pobre, despojada,
peregrina; de uma Igreja-autoridade para uma Igreja serva, servidora,
ministerial; de uma Igreja piramidal para uma Igreja-povo; de uma Igreja pura e
sem mancha para uma Igreja santa e pecadora, sempre necessitada de conversão,
de reforma; de uma Igreja-cristandade para uma Igreja-missão, uma Igreja toda
ela missionária”. Esse é o perfil da Igreja lavada nas águas puras do Concílio
Ecumênico Vaticano II.
D. Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo
Emérito de Salvador
http://www.paulus.com.br/portal/o-domingo-palavra/2-de-novembro-finados#.VFbo6jTwnfI
2 de novembro: Finados
A FELICIDADE DO REINO
2 de novembro: Finados
A FELICIDADE DO REINO
As bem-aventuranças, no início do Sermão da Montanha, são o ensinamento
de Jesus sobre a felicidade. A primeira e a oitava bem-aventuranças dão a chave
para compreender todas as outras: felizes são os pobres em espírito, felizes
são os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
Felicidade, para Jesus, é já estar na dinâmica do reinado de Deus.
Num mundo que identifica a felicidade com riquezas, cargos e títulos,
soam desconcertantes as palavras de Jesus, que proclama felizes os perseguidos
por buscar a justiça de Deus, que proclama felizes os que vivem na simplicidade
e na pobreza, guiados apenas pelo Espírito divino.
É que, deixando-se guiar pelo Espírito de Deus, os pobres entram na
mesma missão de Jesus, vivendo e ensinando, como o Mestre, a solidariedade nas
relações, ainda que isso venha acompanhado de perseguições e calúnias.
Para os que se afligem por buscar a justiça divina, para estes vem a
consolação, que não tem nada que ver com resignação ou conformismo. A
consolação é a força de Deus. E a força de Deus se mostra na certeza de que a
terra será dos mansos, dos que não alimentam desejo de poder e riquezas.
Neste mundo diferente do Reino, que se começa a viver já aqui, o desejo
que conta é o de justiça, e o caminho para a justiça de Deus está na
misericórdia, na pureza de coração e na promoção da paz.
O reinado de Deus, de fato, já se iniciou neste mundo com a missão de
Jesus. Felizes são os que já pertencem a esse reino, com um modo diferente de
agir e pensar. Vivendo relações de fraternidade, sendo solidários com os
sofredores, buscando quem está excluído, podemos já experimentar o reinado de
Deus, que um dia será pleno. Então o Senhor da Vida, com sua graça, tornará
plena e eterna a felicidade que aqui tivermos vivido, como pobres que se deixam
guiar por seu Espírito.
Pe. Paulo Bazaglia,
ssp
http://www.paulus.com.br/portal/o-domingo/2-de-novembro-finados-2#.VFbppTTwnfI
02 de novembro
ANO DA FÉ
02 de novembro
ANO DA FÉ
Para
comemorar os cinquenta anos da realização do Concílio Ecumênico Vaticano II,
celebramos o Ano da Fé – convocado pelo papa Bento XVI, hoje emérito –, com
conclusão no dia 24 deste mês, domingo de Cristo Rei.
O Concílio
Ecumênico Vaticano II foi um grande dom de Deus para a sua Igreja. Ainda não
foram suficientemente conhecidas e meditadas nem as quatro constituições
promulgadas nem as três declarações e os nove decretos emanados.
Vale a pena
abrirmos a Constituição Lumen Gentium, n. 4, sobre a missão do
Espírito Santo na Igreja: “Terminada na terra a obra que o Pai confiou ao
Filho, o Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes a fim de santificar
continuamente a Igreja e, por Cristo, no Espírito Santo, terem os fiéis acesso
junto ao Pai. Ele é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida
eterna. Por ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até ressuscitar
em Cristo seus corpos mortais.O Espírito habita na Igreja e nos corações dos
fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz
a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos
ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e
enriquece-a com seus frutos.Pela força do evangelho, rejuvenesce a Igreja,
renovando-a constantemente, e a conduz à perfeita união com seu Esposo. Pois o
Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: ‘Vem!’”
Como resolução do
Ano da Fé, renovemos os grupos de formação e reflexão em nossas comunidades
para buscarmos a fonte de água que jorra para a vida eterna.
No batismo, pela
água e pelo Espírito Santo, fomos feitos filhos de Deus e herdeiros do céu.
Enquanto estamos nesta terra, somos enviados pelo Espírito para anunciar a
boa-nova do evangelho que é Cristo, nosso salvador.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
Reflexão:
Pistas para a
reflexão:
I leitura: Nosso destino
é ver a Deus face a face.
II leitura: Cristo nos
justifica e nos reconcilia com Deus para vivermos a esperança que não
decepciona.
Evangelho: A vontade de
Deus é que creiamos em Jesus e nele tenhamos a vida eterna.
DOMINGO, 2 DE NOVEMBRO DE 2014
O
dia dos Finados
A liturgia do dia dos Finados poderia ser chamada
também a liturgia da esperança. Pois, como "o último inimigo é a
morte" (1 Cor 15,26), a vitória sobre a morte é o critério da
esperança do cristão. A morte é considerada, espontaneamente, como um
ponto final: "tudo acabou". A resposta cristã é: "A vida
não é tirada, mas transformada" (prefácio). Esta resposta baseia-se
na fé na Ressurreição de Jesus Cristo.
Se ele ressuscitou, também para nós
a morte não é o ponto final. Somos unidos com ele na vida e na morte (Jo
11,25-26; evangelho). Ele é a Ressurreição e a Vida: unir-se a ele
significa não morrer, não parar de existir diante de Deus, embora o corpo
morra e se decomponha.
Trata-se de uma fé, de uma maneira de
traduzir o Mistério de Deus e da totalidade da existência. Já no AT, o autor de
Sb observa que as aparências enganam: a justiça dos justos não é um absurdo
diante da morte ("ele não aproveitou nada da vida!") . Pelo contrário,
é o começo do "estar na mão de Deus", que não tem fim (1ª leitura).
Assim também descreve Paulo a existência cristã como estar já unido com Cristo
na Ressurreição, o que é simbolizado pelo batismo (2ª leitura).
O texto de Paulo introduz, porém, um
importante complemento na ideia de que a existência do fiel e justo já é o
início da vida eterna: Paulo não gosta nada do espiritualismo exaltado de
pessoas que se consideram "nova criação" sem morte existencial da
vida antiga. No primeiro cristianismo havia uma tendência para um conceito
"barato" da vida eterna, um pouco ao modo dos gnósticos, que achavam
que bastava participar de algum "mistério" esotérico para ter a
imortalidade. Paulo insiste muito na realidade tanto da morte quanto da
ressurreição do Cristo (cf. 1Cor 15,12-19). E para participar destas é preciso
também crucificar o velho homem com Cristo.
Portanto, a certeza de estarmos nas
mãos de Deus - pela fé em Cristo que nos torna verdadeiramente
"justos"- não tira nada do caráter crítico da morte corporal: ela
fica um véu, atrás do qual nosso olhar não penetra. Inclusive, para o cristão,
ele é mais "séria" do que para quem vive sem se preocupar de nada,
porque ela significa desde já a morte do homem "natural". Não podemos
viver com a perspectiva de sermos assumidos pelo Espírito de Deus, para
ressuscitar com um "corpo não carnal, mas espiritual" (1Cor 15,44ss),
se não nos acostumarmos ao Espírito desde já. O corpo espiritual de que Paulo
fala é a presença "ao modo de Deus". Este é o nosso destino. Mas, se
não nos tornarmos aptos para este modo agora, como seremos aptos para sempre?
Assim, a morte, para o cristão, é a
pedra de toque de sua vida. Dá seriedade à sua vida. Valoriza, na vida, o que
ultrapassa os limites da matéria, que é "só para esta vida" (1Cor
15,19). Abre-nos para o que é realmente criativo e supera o dado natural da
gente. Um antegosto daquilo que é "vida pneumática", a gente o tem
quando se supera a si mesmo, p.ex., negando seus próprios interesses em prol do
outro. O verdadeiro amor implica, necessariamente, o morrer a si mesmo.
Superação do homem confinado na perspectiva material, tal é a realidade
espiritual que encontrará confirmação definitiva e inabalável na morte. Na
morte, o que é verdadeiro e definitivo em nosso existir supera a precariedade
da existência. A morte é nossa confirmação na mão de Deus: Ressurreição.
Para tal existência, morta para o homem
velho, é que o batismo, configuração com Cristo, nos encaminha. Portanto,
vivemos já a vida da ressurreição, num certo sentido. Quem diz isto em termos
expressos é João (evangelho). A Marta, que representa o conceito
veterotestamentário da vida eterna - a ressurreição depois da morte, no fim dos
tempos - Jesus responde que, quem crê nele, já durante sua vida tem a vida eterna
(11, 25-26; cf. 5,24). O fundamento de afirmação não convencional assim é que
Jesus mesmo é o dom escatológico por excelência. Quem vê Jesus, vê Deus (Jo
14,9). Quem aceita Jesus na fé, não precisa esperar a vida do além para ver
Deus (na linguagem do A.T., "ver Deus" era a grande esperança).
Com isso, estamos longe dos temas
tradicionais referentes aos finados. De fato, a celebração dos féis falecidos é
a celebração de nossa esperança e da comunidade dos santos, da "comunhão
dos santos", tanto quanto a festa do 1o de novembro. A liturgia nada diz
das penas do purgatório e coisas semelhantes, que tradicionalmente estão no
centro da atenção neste dia. Ao deixarmo-nos ensinar pela nova liturgia,
deslocaremos o acento desta comemoração. Vamos assmilar a espiritualidade desta
liturgia, para ter uma visão
mais cristã da morte, o passo definitivo que conduz à vida verdadeira. T
Do livro "Liturgia Dominical", de Johan
Konings, SJ, Editora Vozes
Liturgia de 02.11.2014 – Finados
Canal do Youtube
A voz do Pastor - Comemoração dos Fiéis Defuntos -
02/11/2014
Alegra-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.
Pai,
dá-me a graça de compreender
a ressurreição de Jesus
como vitória da vida
e como sinal de que a morte
não tem a última palavra
sobre o destino daqueles que creem.
HOMILIA - Mt
5,1-12ª
ANÚNCIO DO
NOVO CÉU E NOVA TERRA
O chamado Sermão da Montanha, faz parte do
discurso inaugural do ministério público de Jesus, que se estende entre os
capítulos 5 a 7 do Evangelho de S. Mateus. O de hoje o primeiro dos cinco
discursos que o evangelista distribui estrategicamente no seu livro.
No texto destacamos dois elementos
fundamentais: primeiro está o lugar de onde Jesus fala e o conteúdo do
discurso. Depois de pregar nas sinagogas da Galileia, acompanhado de uma grande
multidão, Jesus subiu ao monte para rezar, escolhe os doze apóstolos e depois
chega a um lugar plano e sentando, os seus discípulos e toda a multidão se
aproxima d’Ele e então, Ele tomando a palavra e começa ensinar. Bem-aventurados
os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus...
A intenção evidente do evangelista é
apresentar-nos um discurso completo. Há, portanto aqui uma unidade retórica,
sendo este termo entendido não só como uso de figuras de estilo, mas, sobretudo
como forma de usar as palavras e construir o discurso visando cumprir um
determinado objetivo, que neste caso é proclamar de um modo novo o Evangelho do
Reino.
Não há aqui espaço para uma interpretação
detalhada do texto. Utilizaremos como marco hermenêutico a novidade que este
sermão nos traz, advertindo desde já que de maneira nenhuma se trata de ruptura
com o Antigo Testamento, mas sim do seu pleno cumprimento em Jesus Cristo. De
fato, Ele declara: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim
revogá-los, mas levá-los à perfeição. Levar à perfeição é o mesmo que dar pleno
cumprimento, realizar plenamente.
À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há-de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».
Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.
O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum. A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo. Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus. Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.
À semelhança de Moisés, que sobe ao monte Sinai para receber as tábuas da Lei que há-de comunicar ao povo de Israel (cf. Ex 19, 3. 20; 24, 15), há quem veja na pessoa de Jesus um “novo Moisés” que surge como Mestre, não apenas de Israel, mas de todos os homens, chamados à vocação universal de serem discípulos de Cristo, pela escuta e vivência da sua Palavra: Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu; 7, 24: Ou ainda: Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha). Jesus senta-se na “cátedra” de Moisés (a montanha) como o Moisés maior, que estende a Aliança a todos os povos. Assim podemos ver o Sermão da Montanha como «a nova Torah trazida por Jesus».
Devemos insistir, porém que não se trata aqui de abandonar a Torah dada na aliança do Sinai. É sabido que o primeiro Evangelho foi escrito para uma comunidade de cristãos de origem judaica, enraizados e familiarizados com a Lei de Moisés, que continuava a ser valorizada e praticada. A preocupação do evangelista é mostrar que, sem abolir nada do que Moisés tinha deixado, Cristo, com a sua ação, o supera e leva à perfeição como só Ele pode fazer, absolutamente melhor do que qualquer outro profeta.
O que Mateus nos apresenta no texto de hoje não tenho nem se quer uma sombra de dúvidas de que seja o anúncio de um novo céu e uma nova terra onde haveremos de morar. É como que a realização de todas as promessas e bênçãos de Deus nos discípulos da nova aliança em Cristo, assim como no novo espírito com que se deve cumprir a Lei, concretizado nas práticas da esmola, da oração e do jejum. A atitude dos filhos do Reino traduz-se numa nova relação com as riquezas, com o próprio corpo e as coisas do mundo e com Deus, a quem nos dirigimos como Pai e de cujo Reino se busca a justiça, antes de tudo. Como não se pode dizer que se ama a Deus se não se ama os irmãos, não falta aqui à referência a uma nova relação com o próximo. Finalmente, o epílogo do sermão faz uma recapitulação e um apelo veemente à não apenas escutar a Palavra, mas a pô-la em prática, de forma consciente e deliberada.
Procuramos, da forma mais breve possível, ver como em Jesus Cristo se cumpre a promessa de Deus ao povo de Israel em Dt 18, 15 O Senhor, teu Deus, suscitará no meio de vós, dentre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deves escutar e a Moisés em Dt 18, 18 Suscitar-lhes-ei um profeta como tu, dentre os seus irmãos; porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Como acontece noutras passagens dos Evangelhos, também aqui Jesus Cristo anuncia o Reino dos céus. Esta é uma forma semítica de dizer “Reino de Deus”, que está no meio de nós e se realiza plenamente no domínio ou reinado de Deus sobre todas as suas criaturas e na aceitação ativa, alegre e jubilosa desse reinado pelas mesmas criaturas, a começar pelo Homem, criado à sua imagem e semelhança.
O Sermão da Montanha é então para nós um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática em todos os dias, pois ele compreende o ANÚNCIO DE NOVO CÉU E DA NOVA TERRA onde haveremos de morar.
Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
A morte é a porta de entrada para a
bem-aventurança em Deus
Nós não
estamos celebrando a morte como o fim, pois a fé nos dá a convicção de que a
morte é a porta de entrada para a bem-aventurança eterna e feliz ao lado de
Deus!
“Eu sou a ressurreição e
a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê
em mim não morrerá jamais” (João 11, 25-26).
Nós hoje celebramos
todos os fiéis falecidos, todos os homens e mulheres que viveram uma vida
conosco e já partiram para a casa de Deus. Celebramos a nossa fé, baseada
naquelas três virtudes teologais muito importantes: a fé, a esperança e a caridade.
Primeiro: nós cremos que o Nosso Deus é o Senhor da vida e não da morte.
Nós não estamos celebrando a morte como o fim, pois a fé nos dá a convicção de
que a morte é a porta de entrada para a bem-aventurança eterna e feliz ao lado
de Deus!
Segundo: nós celebramos a esperança. Não podemos viver sem esperança, sem
saber em quem esperar e em quem depositar a nossa esperança. É em Deus em quem
nós esperamos, esperamos encontrar os nossos que já partiram, esperamos viver
para sempre ao lado do Senhor, esperamos ser purificados dos nossos pecados,
sermos lavados na imensidão da Sua misericórdia e participarmos para sempre da
feliz bem-aventurança junto a Deus Nosso Senhor!
Terceiro: nós hoje também celebramos a caridade. Quando vamos ao cemitério,
quando vamos à Missa, quando prestamos homenagens, preces e orações pelos
nossos entes queridos que já faleceram, sobretudo por aqueles que ainda esperam
na porta de entrada do céu, que se chama purgatório, onde estão sendo purgados,
isto é, purificados dos resquícios de pecado e de impureza que ainda têm da
vida terrena, nós contribuímos, ajudamos, colaboramos para aquilo que nós
chamamos de comunhão dos santos. A comunhão entre a Igreja que está aqui, que
está no céu e a Igreja padecente no purgatório.
A melhor maneira de exercermos a virtude da caridade no dia de hoje é
visitarmos o cemitério ou a igreja e rezarmos pelos nossos entes, amigos,
pessoas queridas já falecidas, e as recomendarmos sempre à misericórdia de
Deus. “É, pois, santo e salutar
pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”, diz o Livro dos Macabeus.
Que o dia
de hoje não seja um dia de tristeza, nem um dia de nos entregarmos à depressão!
Muito pelo contrário, é dia de celebrarmos a fé e a esperança por maior que
seja a saudade. Quem já viu um ente, uma pessoa querida sair desta vida e ir para a
eternidade, saiba que hoje não é dia de más lembranças, por mais que aperte um
pouco a dor da saudade, é dia de celebrarmos a fé, a confiança, a certeza da
vida eterna!
Que façamos essa comunhão com os nossos que já partiram orando, pedindo por
eles e, ao mesmo tempo, cuidando de nossa própria vida para vivermos na
santidade, porque um dia nós também iremos ao encontro de Deus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE
Jo 11,32-45 - Jesus é o Senhor da vida
Preparo-me para a Leitura Orante, com
todos os internautas,
invocando o Espírito Santo:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
invocando o Espírito Santo:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
1.
Leitura (Verdade)
- O que diz o texto do
dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 11,32-45, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 11,32-45, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Maria foi para o
lugar onde estava Jesus. Quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe:
"Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido".
Quando Jesus a viu chorar e os que estavam com ela, comoveu-se interiormente e
perturbou-se. Ele perguntou: "Onde o pusestes?".
Responderam:"Vem ver, Senhor!". Jesus derramou lágrimas. 0s judeus
então disseram: "Vede como ele o amava!". Alguns deles, porém,
diziam:"Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com
que Lázaro não morresse?". De novo, Jesus ficou interiormente comovido.
Chegou ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra. Jesus disse: "Tirai
a pedra!". Marta, a irmã do morto, disse-lhe: "Senhor, já
cheira mal: é o quarto dia". Jesus respondeu: "Não te disse que, se
creres, verás a glória de Deus?" Tiraram então a pedra. E Jesus,
levantando os olhos para o alto, disse: "Pai, eu te dou graças porque me
ouviste! Eu sei que sempre me ouves, mas digo isto por causa da multidão em
torno de mim, para que creia que tu me envias¬te". Dito isso, exclamou com
voz forte: "Lázaro, vem para fora!". O morto saiu, com as mãos e os
pés amarrados com faixas e um pano em volta do rosto. Jesus, então, disse-lhes:
"Desamarrai-o e deixai-o ir!"...
Lázaro não ressuscita
glorioso para viver sempre. Apenas volta a esta vida. Sua ressurreição
prefigura a de Jesus, através de alguns elementos: panos, sepulcro, três dias.
O milagre tem também dois objetivos: para que o povo creia na missão de Jesus e
para a glória de Deus. Demonstra também o afeto de Jesus por seus amigos:
"Jesus tinha muito amor a Marta, à sua irmã Maria e a Lázaro". E
ainda, a comoção humana de Jesus diante da morte. O texto diz:"Jesus
derramou lágrimas".
Outro texto nos fala de Jesus como Senhor da vida. Vamos recordá-lo:
"Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela. Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: «Não chore!» Depois se aproximou, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Então Jesus disse: «Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!» O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo.» E a notícia do fato se espalhou pela Judeia inteira, e por toda a redondeza." (Lc 7,11-17).
Nos Atos dos Apóstolos lemos que os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus:
"A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era posto em comum entre eles. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E todos eles gozavam de grande aceitação." ( At 4, 32-33).
Outro texto nos fala de Jesus como Senhor da vida. Vamos recordá-lo:
"Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela. Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: «Não chore!» Depois se aproximou, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Então Jesus disse: «Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!» O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo.» E a notícia do fato se espalhou pela Judeia inteira, e por toda a redondeza." (Lc 7,11-17).
Nos Atos dos Apóstolos lemos que os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus:
"A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava propriedade particular as coisas que possuía, mas tudo era posto em comum entre eles. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E todos eles gozavam de grande aceitação." ( At 4, 32-33).
2.
Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
O texto me fala que Jesus Cristo é o Deus da vida e que, ao mesmo tempo, se sensibiliza com a dor humana. Os bispos, em Aparecida, disseram:
O texto me fala que Jesus Cristo é o Deus da vida e que, ao mesmo tempo, se sensibiliza com a dor humana. Os bispos, em Aparecida, disseram:
"Na história
do amor trinitário, Jesus de Nazaré, homem como nós e Deus conosco, morto e
ressuscitado, nos é dado como Caminho, Verdade e Vida. No encontro de fé com o
inaudito realismo de sua Encarnação, podemos ouvir, ver com nossos olhos,
contemplar e tocar com nossas mãos a Palavra de vida (cf. 1 Jo 1,1),
experimentamos que “o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a humanidade
doente e extraviada. Quando em suas parábolas Jesus fala do pastor que vai atrás
da ovelha desgarrada, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao
encontro de seu filho pródigo e o abraça, não se trata só de meras palavras,
mas da explicação de seu próprio ser e agir”136. Esta prova definitiva de amor
tem o caráter de um esvaziamento radical (kenosis), porque Cristo “se humilhou
a si mesmo fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2,8).
" (DAp 242).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com Santo Agostinho
A morte não é nada
A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
A morte não é nada
A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
4.
Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da
Palavra?
Quero hoje viver com o olhar solidário de Jesus e descobrir, motivações de vida nova. Pensarei muito em vários momentos na ressurreição de Jesus e nossa.
Quero hoje viver com o olhar solidário de Jesus e descobrir, motivações de vida nova. Pensarei muito em vários momentos na ressurreição de Jesus e nossa.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.
Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir. Patricia Silva, fsp
Oração
Final
Pai
Santo, nós damos graças porque a certeza da morte não nos traz medo nem
desesperança, mas traz a certeza de que nos aproximamos, unidos aos irmãos
peregrinos, do teu abraço definitivo no Reino de Amor. Dá-nos, Pai amado,
sabedoria, força e coragem para seguirmos Jesus Cristo, na certeza de que Ele é
o Bom Caminho.
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